Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

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FUI TRAÍDO! E AGORA?

>> terça-feira, 30 de abril de 2013

Dani Marques


Quando acontece a traição, a vítima normalmente tende a descarregar toda a raiva, frustração e culpa na pessoa que traiu. Mas é necessário colocar os pés no chão e analisar toda a situação, a ponto de conseguir identificar os seus próprios erros. Vejamos:


1 - Seu relacionamento já não estava indo bem e no meio do caminho surgiu uma pessoa disposta e desejosa de suprir as necessidades emocionais e sexuais do seu cônjuge;
2 - Vingança - ele(a) traiu porque foi traído(a);
3 - Casou muito cedo ou por obrigação (normalmente por causa de uma gravidez inesperada);
4 - O seu cônjuge tem um "fraco" por traição, e no auge da paixão, você não analisou bem o seu caráter e comportamento. Ele provavelmente deu alguns sinais dessa "fraqueza" durante o namoro, mas por conta da paixão, você optou por não enxergar: "Ahhh, depois que casar ele(a) muda!" Doce ilusão... Não podemos esquecer que a decisão de casar também foi sua!


Pois bem, você foi traído. E agora, o que fazer?


Se foi a primeira vez que isso aconteceu, se não há nenhuma ligação emocional com a pessoa em questão e se seu cônjuge está arrependido e disposto a restaurar o relacionamento, não exito em dizer: PERDOE! Ninguém está isento de trair, nem mesmo você! A traição, diante de Deus, é um pecado como outro qualquer. É claro que para o ser humano costuma ser muito mais dolorido e difícil, mas para Deus tem o mesmo peso que qualquer outro pecado, e deve ser encarado como tal. É necessário reconhecer o erro, pedir perdão sincero à Deus e ao cônjuge e buscar a transformação. Lembrando que: "qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração" Mt 5:28. Vixeeee, o buraco é muito mais embaixo hein? Se o seu cônjuge te traiu, mas você vive desejando outras pessoas em pensamento, tá reclamando do que amigo(a)? Precisamos vigiar!

Continuando, existe também a possibilidade do "réu" ainda estar apaixonado pelo(a) amante, mas por causa da sua maturidade, ou talvez pelos filhos, ainda esteja disposto a lutar pelo casamento. Neste caso, PERDOE TAMBÉM! Vai ser muito mais difícil e dolorido, mas se há disposição de ambos os lados, é completamente possível restaurar o relacionamento! O primeiro passo é fazer com que o "traidor" corte qualquer tipo de relação com o(a) "outro(a)". Ele terá que reconquistar a sua confiança, e para isso, deverá responder a todos os tipos de questionamentos, quantas vezes forem necessárias. Isso faz parte da cura.

Além disso, nada deve ser encoberto. Celulares, e-mails e senhas deverão ficar à sua disposição. Essa atitude mostra que ele(a) não tem mais nada a esconder e que está disposto(a) a fazer o que for preciso para recuperar a sua confiança. Caso não haja esta disposição, é porque ainda há o que esconder. E se você aceitar viver dessa maneira, prepare-se, pois o fantasma da traição vai te assombrar ainda por muito tempo! A parte traída tem todo o direito de desconfiar e fuçar a vida do "traidor", o tempo que for necessário. É uma consequência do erro, e se há o desejo de restauração, é assim que deve ser, até que a confiança seja recuperada.


Outra situação, é quando o adúltero está tão envolvido e apaixonado pelo(a) amante que não deseja de forma alguma permanecer no casamento. Neste caso, eu acho que você deve... PERDOAR TAMBÉM! Vamos esclarecer: Perdão é uma decisão, aliás, uma ordem que Jesus nos deixou: "Senhor, até quantas vezes deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? E Jesus respondeu: Eu lhe digo, não até sete, mas até setenta vezes sete." Mt 18:21 e 22 e "Pois, se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas". Mateus 6:14-15


Quando você perdoa alguém, não significa que vai esquecer tudo o que aconteceu e sair por aí pulando de alegria. É óbvio que não. Perdão é uma decisão diária. Ele(a) te fez mal? Sim, mas decida retribuir este mal com amor. Não falo do amor fantasioso, mas sim do amor decidido. Faça o bem sempre que for possível e necessário, não deseje o mal, não ataque com palavras ou atitudes e ore constantemente para que Deus transforme a situação e te faça ter bons sentimentos pela pessoa. Não é fácil fazer isso, claro que não! É um esforço diário e que muitas vezes chega a ser sobrenatura!

Perdoar também não significa conviver. Se um cara matar sua filha e você decidir perdoá-lo, não quer dizer que terá que conviver para provar que o perdoou, certo? Então, neste caso, você não tem obrigação nenhuma de insistir no relacionamento. A sua única obrigação é a de amar:

"Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus... Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? E se vocês saudarem apenas as pessoas que gostam, o que estarão fazendo de mais? Até os descrentes fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês" Mateus 5:44 e 46 à 48


Que seja assim com seu cônjuge (ou ex-cônjuge). Sei que a dor de uma traição ou de um divórcio é imensa, praticamente insuportável para quem foi traído! Nunca senti na pele, mas estou acompanhando uma amiga queridíssima que está passando por esta situação. Segundo ela, chega a se comparar a dor da morte. Pra você que está vivendo esta realidade, recomendo o livro "Antes de Dizer Adeus, de Jaime Kemp". Ele é ótimo para auxiliar casais que estão a beira do divórcio ou passando por ele.

Bom, se o seu caso é este último, busque durante um bom tempo orientação a Deus. Peça a Ele que te mostre se deve ou não lutar por este relacionamento. Pode ser que com o tempo o cônjuge se arrependa, neste caso, ainda há esperança para restauração, caso contrário, livre-se da tortura! Não seja masoquista: "Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão. Deus nos chamou para vivermos em paz". 1 Coríntios 7:15. Conheço pessoas que sofrem com a constante traição do marido/esposa e mesmo assim insistem no relacionamento.

Se o seu cônjuge te traiu e ainda te trai, se não demonstra arrependimento, mudança e disposição de restaurar o relacionamento, não há porque continuar neste inferno, a não ser que você tenha uma direção clara de Deus para isso. Enxergo essa situação como o relacionamento entre uma mãe e seu filho desobediente. Qualquer pessoa sabe que uma criança só aprende a lição quando é disciplinada, algumas vezes pela pelos pais e outras pela própria realidade. Imagine uma mãe que não faz nada para educar e disciplinar seu filho, apenas distribui carinhos, presentes e ora?

Uma pessoa que insiste em trair seu cônjuge e não busca transformação, precisa ser disciplinada pela vida e receber um belo choque de realidade! Talvez esta seja a sua única chance de transformação! Se você tem acolhido o seu cônjuge traidor, lavado sua roupinha, feito a sua comidinha, arrumado a sua casinha e dado aquela transadinha, desculpe dizer, mas você está sendo complacente com o pecado! É como a mãe que abre diariamente a carteira para seu filho dependente de drogas. Espera-se o que de uma situação como esta?

Enfim, busque forças, sabedoria e direção em Deus! Ore, jejue e leia a Bíblia diariamente, em especial os Evangelhos. Transmita o caráter de Cristo em suas palavras e ações. Entregue-se nas mãos do Senhor e aprenda a viver no sobrenatural. "Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem". 1 Cor 1:25. Sabe quando um filho amedrontado agarra as mãos do pai com todas as suas forças? Então, faça isso com o seu Paizão! Ele está de braços abertos te esperando...


Dani é casada há 8 anos e têm dois filhos e é colaboradora do Genizah. Conheça o seu blog pessoal: Salve o meu casamento!

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Lázaro ressurge: médico diz que algumas pessoas podem ser ressuscitadas horas depois da "morte"

>> sábado, 27 de abril de 2013

"A Ressurreição de Lázaro", por Rembrandt

Já publicamos aqui vários relatos sobre experiências de quase-morte, e agora um médico americano escreve um livro afirmando que é possível ressuscitar alguém horas depois de sua "morte". Não por acaso o título do livro é "O Efeito Lázaro".

A matéria é da BBC Brasil:

Pacientes podem ser ressuscitados horas após morte, diz médico

William Kremer

Um médico defende que uma pessoa pode ser ressuscitada várias horas depois de seu coração parar de bater. Será que isto pode mudar a forma como encaramos a morte?

Carol Brothers não consegue se lembrar da hora em que "morreu", há três meses.

"Eu sei que era uma sexta-feira, na hora do almoço, porque a gente tinha acabado de voltar do supermercado", conta a britânica de 63 anos. "Mas não me lembro de ter saído do carro."

Já seu marido David tem memórias muito mais claras daquele dia. Ele abriu a porta de casa e viu a mulher caída no chão, ofegante e pálida. Carol acabara de sofrer uma parada cardíaca. Por sorte, um vizinho conhecia os procedimentos básicos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e rapidamente começou a pressionar seu tórax repetidas vezes na tentativa de reanimá-la.

Os paramédicos chegaram logo em seguida e, em algum momento entre 30 e 45 minutos depois do ataque cardíaco, o coração de Carol voltou a bater. "Apesar de 45 minutos ser um tempo enorme que levaria muitas pessoas a acreditarem que ela estaria morta, hoje sabemos que há pessoas que voltaram a vida três, quatro, cinco horas após morrerem e depois disso tiveram vidas normais", diz o médico Sam Parnia, diretor de pesquisa sobre ressuscitação na Stony Brook University, em Nova York.

Muitas pessoas consideram uma parada cardíaca como sinônimo de morte, diz ele. Mas muitas vezes não é o fim.

O efeito de Lázaro

Parnia é autor do livro, Lazarus Effect ("O Efeito de Lázaro", em tradução livre, uma alusão à passagem bíblica que relata que Jesus ressuscitou Lázaro quarto dias após sua morte). Ele explica que depois que o cérebro para de receber oxigênio por meio da circulação sanguínea, não morre imediatamente, mas entra em estado de hibernação, uma forma de se defender do processo de decomposição.

E o "acordar" desse estágio de hibernação pode ser o momento mais crítico de todos, já que o oxigênio pode se tornar tóxico para o cérebro. O efeito, compara Parnia, é como o de um tsunami após um terremoto, e a melhor resposta é resfriar os pacientes, de 37ºC para 32ºC.

"A razão pela qual a terapia de resfriamento funciona bem é porque desacelera a decomposição do cérebro", diz Parnia.

E foi nesse momento que Carol Brothers teve sorte. Depois que seu coração voltou a bater, ela foi transferida para um helicóptero, onde um médico a resfriou utilizando pacotes de comida congelada que ela havia acabado de comprar.

Depois de dias em coma na UTI, durante os quais exames sugeriam que ela estava com morte cerebral, Carol acordou.

"Ela me disse três palavras", relembra a filha Maxine. "Estou voltando para casa", teria dito Carol, sussurrando.

Deus ou diabo

Sam Parnia é fascinado por relatos de pacientes que sentiram a morte de perto.

"Pessoas no mundo todo descrevem experiências semelhantes, mas a interpretação do que eles veem depende muito de sua crença", diz ele.

Essas descrições incluem viagens em túneis iluminados, encontros com figuras angelicais, recordações de eventos passados e, em alguns casos, a sensação de se observar a mesa de cirurgia da perspectiva de quem está "fora do corpo".

O médico está atualmente trabalhando com vários hospitais para investigar relatos desse tipo de experiências "fora do corpo". Como parte do estudo, os pesquisadores posicionaram objetos em prateleiras em salas de operação, que só podem ser observados do alto.

Caroline Watt é psicóloga na Universidade de Edimburgo especializada em examinar relatos paranormais. De mente aberta, ela é também crítica. Ela foi coautora de um artigo que sugere que a sensação da morte pode ser baseada em atividades neurológicas.

Ela afirma que um estudo indica que cerca de metade dos pacientes que disseram ter visto a morte de perto tiveram essa experiência sem estar perto de morrer. Essa sensação foi vivida em momentos de grande expectativa de experiência traumática, como no caso de um nascimento, quando se da à luz, por exemplo. Isso sugere que, qualquer que tenha sido essa sensação, ela não chega a ser uma amostra do que pode ser experimentado perto ou depois da morte.

Ruth Lambert diz ter tido a sensação da morte depois que uma queda interrompeu a circulação de sangue para seu cérebro.

"Foi uma sensação de boas-vindas e de estar indo para um lugar melhor", relembra. "Eu senti a presença forte de Deus, de que não era a minha hora, e então eu acordei".

Desde então, ela disse ter ouvido relatos de outras pessoas que quase morreram. Ela se lembra especificamente de um homem que voltou do coma horrorizado.

"Ele achava ter visto o diabo se aproximando e dizendo: você é meu agora, peguei você."

Se Carol Brothers viu Deus ou o Diabo, ela não se lembra.

"Nenhum dos dois me quis. Eles jogaram cara ou coroa e a moeda caiu em pé."

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Revisitando Eclesiastes - capítulo 11


Eclesiastes 11 é o menor capítulo do livro. Nele, o Pregador inicia a conclusão de seu pensamento, e o faz de uma maneira muito bela, chamando a atenção para o fato de que vale a pena viver. 

Se não concluísse de uma maneira positiva, restaria a impressão de que nada vale a pena na vida, quando ele pensa exatamente o contrário. 

Talvez Fernando Pessoa tenha captado, inadvertidamente, o "espírito" da conclusão do Pregador: "tudo vale a pena se a alma não é pequena". 

É este o sentido dos 3 primeiros versos do capítulo 11, chamando a atenção de que trabalhar ajuda a ter rendimentos para ajudar o próximo. 

"Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" (v. 1) é um belo versículo que algumas vezes é usado fora de contexto, geralmente para dízimos e ofertas, como se fosse algum negócio que pudesse ser realizado com Deus. 

É, sim, um versículo sobre liberalidade, sobre desprendimento, sobre repartir com os outros aquilo que se tem (v. 2), sem esperar nada em troca (v. 6), já que ninguém sabe o dia de amanhã. 

Os tempos são instáveis, imprevisíveis (v. 3), e não devemos ficar parados, apenas observando (v. 4). 

Repare que no v. 4, o Pregador diz que "quem somente observa o vento nunca semeará",  e não se trata aqui de uma análise meramente agrícola. 

Mesmo que tudo que suceda na vida seja vaidade ("correr atrás do vento"), observação que ele insistirá novamente no v. 8, também é inútil desistir de tudo já que a vaidade impera na existência humana.

Sentar-se amuado num canto esperando o tempo e o vento passarem certamente não é uma atitude sábia aos olhos do Pregador, ainda mais se a justificativa para tal atitude seja o seu bordão "tudo é vaidade".

Ele prossegue dizendo que os desígnios de Deus também são imprevisíveis, mas boa e oportuna sempre é a Sua providência (v. 5). 

Assim, podemos entender melhor o que significa lançar o nosso pão sobre as águas. 

Pão é sempre visto na Bíblia como um símbolo do sustento, do cuidado do Pai, do pão nosso de cada dia, fruto do nosso trabalho, e remete à primeira conseqüência do pecado original, quando Deus falou a Adão: 


"Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás" (Gênesis 3:19). 

O suor do nosso trabalho não é em vão. Vaidade é reter o pão na vã confiança de que a nossa vida depende dele. 

O maná que caía no deserto durava apenas um dia, exceto o do 6º dia, que podia ser aproveitado no sábado. 

De novo, a providência divina está em evidência aqui. 

Lançar o pão sobre as águas significa, no contexto de Eclesiastes 11, não retê-lo, mas usá-lo para ajudar ao próximo, para repartir aquilo que não só o nosso trabalho, mas também a providência de Deus, nos permitiu ter e comer. 

E o próprio Deus não reteve Seu Filho, mas o enviou a nós como o "pão da vida" que desceu dos céus para nossa salvação (João 6:33-51).

A idéia básica de Eclesiastes 11:1 é exatamente este lançamento de uma nau aos mares do mundo, ao desconhecido, na esperança de que, de alguma forma, depois de muito tempo, a encontraremos de novo. 

Cá entre nós, que o Pregador não nos ouça, mas de certa forma a nossa vida é como uma mensagem lacrada numa garrafa lançada ao mar, que após atravessar muitas águas será resgatada, libertada e lida por Alguém.

A Bíblia do Peregrino traduz este versículo assim: "Ainda que envies o teu trigo pela superfície do mar, no fim do tempo o recuperarás", e comenta sobre os seis primeiros versículos:
Se Coélet aceita e aconselha algo, é usufruir do fruto do próprio trabalho. Logo, é preciso trabalhar para obter este fruto. Pois bem, a correspondência entre trabalho e resultado não é mecânica, a proporção não é matemática, o êxito não é seguro. Então, não vale a pena trabalhar?A insegurança é faca de dois gumes: um empreendimento arriscado – o comércio marítimo – tem êxito, um empreendimento normal se expõe a múltiplos riscos; as nuvens fazem a árvore crescer, o vento a derruba, nuvens e vento seguem suas leis, entre firmes e caprichosas. O marido não sabe exatamente quando a mulher vai conceber ou como a vida entra no feto: como vai saber o plano misterioso de Deus que dá e sustenta toda a vida? A conclusão de Coélet é positiva: deve-se trabalhar enfrentando o risco e com esperança.
Desta maneira, o Pregador recupera e dá uma visão mais abrangente daquilo que já havia escrito em Eclesiastes 8:15. "exaltei eu a alegria, porquanto para o homem nenhuma coisa há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; pois isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol". 

O fruto do seu trabalho não deve ficar só para si, mas deve ser doado, "lançado" aos outros com alegria, pois, segundo Paulo lembra, "Deus ama ao que dá com alegria" (2 Coríntios 9:7). 

E assim, é formado um vínculo com Eclesiastes 2:26, onde se diz que "Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus". 

Se o pecador, o ímpio, ajunta para dar involuntariamente ao justo, este deve ajuntar o que recolheu com o fruto de seu trabalho e redistribuí-lo voluntariamente aos outros, não apenas o rendimento, o salário, o dinheiro, mas o seu tempo, o seu cuidado, a sua disposição, sabendo que, em tudo, Deus está no comando, e fará prosperar aquilo que lhe apraz, e recompensará a cada um segundo a Sua vontade e providência. 

Aproveitemos o hoje, pois "doce é a luz, e agradável aos olhos ver o sol" (v. 7). 

No fundo, isso é tudo o que temos, o momento presente, o agora, como lembra o escritor de Hebreus (3:13) que nos aconselha a nos exortarmos "uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de nós se endureça pelo engano do pecado".

"Pecado", na visão do Pregador, significa dar ao trabalho, às necessidades imediatas, enfim, à existência material um valor tão alto que desvie nossos olhos do Criador, e não nos prepare nem nos console nos dias de trevas, que são muitos (v. 8), pois, finaliza, "tudo quanto sucede é vaidade".

É neste, digamos, "espírito", que o Pregador se dirige aos jovens agora, aconselhando-os a se alegrarem na juventude, recreando o coração nos dias da mocidade, sempre tendo em mente que Deus pedirá contas de todas essas coisas, naquele que é um dos versículos mais conhecidos de Eclesiastes (11:9). 

É interessante perceber que o Pregador não aconselha uma vida de reclusão, de ascetismo, ou de completo isolamento, tanto que no versículo seguinte (10), chama a atenção para que se evite o desgosto, a depressão, a dor, mas se busque a alegria da vida com responsabilidade.

Que a mocidade saiba, entretanto, que até a primavera da vida, que é a juventude, também é vaidade, preparando o seu leitor/ouvinte, principalmente jovem, para o conselho maior que dará no primeiro versículo do capítulo 12: 


"Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer".

ocontornodasombra

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Deus ouve nossa oração porque é fiel a sua palavra

Relógio de Acaz
O Rei Ezequias de Judá estava morrendo. E o profeta Isaías veio ao palácio com a palavra de Deus: "Põe em ordem a tua casa porque morrerás e não viverás". Então, a Bíblia registrou, em II Reis capítulo 20, o desgosto do rei. E tendo o Profeta Isaías saído, já quase fora do pátio, veio  a ele a Palavra do Senhor com a revogação da mensagem: Volta e dize a Ezequias, chefe do meu povo, Assim diz o Senhor, Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas, eis que Eu te sararei; ao terceiro dias subirás à Casa do Senhor. E acrescentarei  aos teus dias 15 anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e esta cidade por amor de mim e por amor a Davi, meu servo.

Quero agradecer os "teimosos" leitores que insistem em passar por aqui para ler as palavras de pouca sabedoria deste blogueiro. Eu vou aproveitar a oportunidade para dizer que meu tempo já bem escasso ficou ainda mais encolhido. Explico: vou a estudar, estou fazendo pós-graduação em Auditoria. Além disso, tenho viajado bastante para fora da Cidade de São Paulo a trabalho do Tribunal de Contas - a grande porta que Deus me abriu para ganhar o pão para minha família. Embora eu tenha essa justificativa, o compromisso de escrever uma mensagem bíblica e um comentário sobre atualidades evangélicas continua de pé.
Deus ouviu a oração de Ezequias. Isto foi um fato inegável. E a verdade por trás dele é  que os ouvidos de Deus estão atentos às palavras sinceras de um filho seu. Mas a mudança de planos que Deus promoveu não foi por causa da oração de Ezequias foi por algo mais antigo e mais profundo. O meio que levou à mudança foi a oração de Ezequias, mas a causa da mudança foi o compromisso de Deus com o Rei Davi, e isto ficou bem claro quando Deus falou ao Rei pela boca do profeta Isaías: "...Por amor a Davi - meu servo.
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PROMESSA DE DEUS A DAVI
I Reis 2:4 Para que o SENHOR confirme a palavra, que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará sucessor ao trono de Israel. 
I Reis 8:25 
Agora, pois, ó SENHOR Deus de Israel, guarda a teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste, dizendo: Não te faltará sucessor diante de mim, que se assente no trono de Israel; somente que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante de mim como tu andaste diante de mim. 
I Reis 9:5 
Então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre; como falei acerca de teu pai Davi, dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel. -------------------------------------------------------
O Rei Ezequias estava com dois grandes problemas: A guerra  (assírios) e a morte à sua porta. E o Senhor estava diante de uma de um dilema: Se Ezequias morresse, ficaria Deus em falta com sua palavra a Davi. Se Ezequias vivesse, o filho que dele ainda iria nascer (três anos depois) viria a ser um louco que reinaria 55 anos fazendo todo tipo de impiedade. Por causa da oração de Ezequias, Deus se lembrou do compromisso com Davi. E por não poder negar a sua palavra, o Senhor deu mais 15 anos de vida ao Rei Ezequias e também o livramento da guerra contra Senaqueribe da Assíria.
Costumamos, às vezes,  ter uma ideia equivocada a respeito de respostas à nossas orações.  Nem sempre Deus responde ao nosso clamor e nos livra de grandes problemas por causa de nosso testemunho ou pretensiosa fidelidade. Ele, na maioria das vezes, nos atende porque alguém bem mais fiel que nós orou e ouviu uma promessa de Deus. A nossa oração pode ser o meio que leva o Senhor a se lembrar do compromisso que fez com alguém.
Lembro-me de uma vez que fui orar por uma jovem senhora no leito da UTI do Hospital São Paulo, à Rua Borges Lagoa, perto da Estação Santa Cruz do Metrô Paulistano. Esperei quase um mês para ter aquela oportunidade, pois muitos ministros maiores e melhores que eu tiveram a primazia de ir até aquele lugar. Neste tempo de espera, pedimos orações por ela em todas as Igrejas que fomos e nas reuniões de Obreiros da Igreja Assembleia de Deus da Rua Jacutinga, 154, no tempo do saudoso Pastor setorial, Luiz Branco. No dia que oramos, Deus atendeu e estancou uma hemorragia de muitos dias. Cerca de um mês depois aquela jovem senhora voltou para casa curada de um câncer de colo do útero.
Ainda que minha vaidade pudesse me levar a pensar que a oração que Deus ouvira fora  a minha, eu já tinha conhecimento de uma verdade. A resposta favorável de Deus a um problema pessoal não está na última oração. A figura mais esclarecedora deste assunto eu ouvi de alguém que não consigo me lembrar quem: A resposta de Deus é como uma balança de dois pratos. De um lado está o peso de um quilo, representando a nossa causa. No outro prato, as orações dos justos. Se cada oração fosse um cartão de visitas, seriam necessários muitos cartões para chegar ao peso de um quilo. Mas, em determinado momento haveria um cartão que faria com que o prato das orações virasse o outro levantasse o outro lado.
A oração é o meio para se chegar aos ouvidos de Deus, mas para mover a mão de Deus é preciso ter um compromisso de fidelidade e andar na presença Dele! 
 
João Cruzué

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Moisés escreveu o Pentateuco

>> quarta-feira, 24 de abril de 2013


por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Não há no Pentateuco uma declaração objetiva de que Moisés tenha escrito o Pentateuco. Todavia, há testemunho suficiente, que apóia a sua autoria. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo Testamento em particular, e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologias tradicionais, conforme já foi observado.

A Teoria Documentária

A Teoria Documentária declara que Moisés nunca foi o autor do Pentateuco, mas que ele foi o resultado de séculos de tradição, em que escribas registraram e compilaram diferentes porções, de autores desconhecidos, e realizaram a formação de um texto final. Devemos considerar algumas implicações da Teoria Documentária em afirmar a formação final do Pentateuco num período pós-exílico (entre 500-400 a.C.), quando a religião de Israel já estava bem desenvolvida.

1. A Teoria Documentária não prova a não autoria de Moisés. Falando francamente, esta teoria nem sequer conseguiu provar a sua própria veracidade científica, para tirar de sobre si o estigma de “teoria” a que está vinculada durante todos esses séculos.

2. Mesmo entre os adeptos desta teoria não há concordância acerca da identificação e classificação dos textos e dos grupos documentais a que eles supostamente pertencem.

3. Aceitar a teoria JEDP anula a credibilidade do Pentateuco. Segundo a Teoria Documentária a história bíblica é forjada. O Dt foi inventado pelos profetas para reforçar a idéia da centralização. O uso do nome de Moisés no Pentateuco, era simplesmente para dar autoridade ao texto, mas ele nada tinha a ver com a composição histórica do mesmo. O documento P, composto para assegurar a aceitação do sistema sacerdotal por parte do povo, fora baseado em lendas e crendices folclóricas. Como observa Stanley A. Ellisen “rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto da Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um ‘mosaico’ de diferentes”.[1]

4. Retira todo o caráter normativo do Pentateuco.[2] Não teria qualquer valor para o povo da época, já que nada acrescentaria ao judaísmo. Se o Pentateuco fosse apenas um produto de uma religião tardiamente desenvolvida, e não o princípio regulador, não faria sentido chamá-lo de “a Lei”. Se ele não foi o princípio regulador para os primeiros leitores, não teria valor algum para os crentes de outras épocas, uma vez que os conceitos humanos mudam e o que não foi normativo para um povo, pode não ser para outro.

5. Invalida o esforço de composição. O relato do Pentateuco é rico em detalhes e informações. Possui informações das origens e desenvolvimento dos povos, em especial do povo de Israel. Os supostos autores teriam se dado a um imenso trabalho de imaginação para simplesmente manter uma ordem que já estava estabelecida.

6. Devemos considerar a ausência de evidências histórica, ou manuscritológicas, de que estes supostos documentos (JEDP) tenham circulado em algum período soltos uns dos outros.[3]

7. Considera o autor mal intencionado. A Teoria Documentária implica que um autor (ou autores), com um sentimento profundamente religioso e com o intuito de conduzir o povo diante de Deus, tenha se rebaixado a abandonar valores que quer ensinar e redigir uma mentira, colocando na boca de Deus, o que Ele não disse, inventando “estórias” e fazendo com que todos a considerassem como verdadeiras!

8. Impossibilidade do sobrenatural no AT. Conseqüentemente a intervenção divina é negada: revelação, inspiração, encarnação, milagres, etc.

9. Negação da revelação especial. A Bíblia torna-se meramente uma referência literária semítica. Um livro antigo como outro qualquer, deixando de ser a auto-revelação proposicional de Deus.

Alguns críticos liberais adeptos da Teoria Documentária questionam não somente a autoria de Moisés, mas inclusive até mesmo a sua historicidade. Acham inconcebível como tamanhos desastres puderam atingir um povo tão desenvolvido e organizado, como eram os egípcios, e ainda assim não existir nenhum registro desses fatos? Respondemos mencionando a contribuição do arqueólogo Alan Millard que declara “os faraós, e isso não é surpresa, não apresentam descrições das derrotas sofridas diante dos seus vassalos ou sucessores. Se os monumentos reais não podem ajudar, os distúrbios vividos pelo Egito com as pragas e a perda da mão-de-obra poderiam ter gerado mudanças administrativas. Como qualquer estado centralizado, o governo do Egito consumia grandes quantidades de papel (papiro), e boa parte da documentação era arquivada para consulta. Mas isso também não ajuda, pois, como já vimos, praticamente todos os documentos pereceram, e a probabilidade de recuperar algum que mencione Moisés ou as atividades dos israelitas no Egito é risível.”[4]

Moisés é reconhecido como o homem erudito na antigüidade bíblica. Nos dias de Moisés o Egito era a maior civilização do mundo, tanto em domínio, construções e conhecimento. Moisés teve a oportunidade de ter sido educado na corte real egípcia, recebendo a instrução de disciplinas acadêmicas que no Egito já eram tão desenvolvidas. Incluindo a arte da escrita, que há muito tempo era usada, de comum uso dos egípcios, inclusive entre os próprios escravos.

Como historiador, soube coletar as informações da rica tradição oral de seu povo. Mas além da tradição oral, Moisés dispôs, enquanto esteve no palácio real egípcio, do seu acervo literário. Era possuidor de um vasto e detalhado conhecimento geográfico. O clima, vegetação, a topografia, o deserto tanto do Egito como do Sinai, e os povos circunvizinhos lhe eram familiares.

O modo como o autor do Pentateuco descreve os eventos e lugares, indica que ele não era palestino. Alguns fatos contribuem para esta conclusão 1) conhecia lugares pelos nomes egípcios, 2)usa uma porcentagem maior de palavras egípcias do qualquer outra parte do AT, 3) as estações e tempo que se mencionam nas narrativas são geralmente egípcias e não palestinas, 4)a flora e a fauna descritas são egípcias, 5)os usos e costumes relatados que o autor conhecia e eram comuns em seus dias.[5]

Moisés como fundador da comunidade de Israel, também exerceu o papel de legislador, educador, juiz, mediador, profeta, libertador, sacerdote, pastor, historiador, entre outros. Possuía vários motivos, segundo as funções que exerceu, para prover ao seu povo alicerces morais concretos e religiosos, e era preciso registrar e distribuir a Lei entre o povo, de modo que ela fosse acessível a todos.

Como escritor teve tempo mais que suficiente. O Êxodo durou quarenta árduos e longos anos de peregrinação pelo deserto do Sinai. Apesar de sua ocupação ativista, este seria um tempo mais do suficiente para que pudesse escrever todo o Pentateuco, e ainda se necessário alfabetizar todo o povo.[6] Ele mesmo reivindicou escrever sob orientação de Deus (Êx 17:14; 34:27; Dt 31:9, 24). Nenhum outro autor da antiguidade foi assim identificado.

O Que se entende por autoria Mosaica? [7]

1. Não significa que Moisés tenha pessoalmente escrito originalmente cada palavra do Pentateuco. Certamente ele lançou mão da “tradição oral”;[8]

2. É possível que ele tenha empregado porções de documentos previamente existentes;

3. Talvez, tenha usado escribas ou amanuenses para escrever;

4. Moisés foi o autor fundamental ou real do Pentateuco;

5. Sob a orientação divina, talvez, tenha havido pequenas adições secundárias posteriores, ou mesmo revisões (Dt 34);

6. Substancial e essencialmente o Pentateuco é obra de Moisés. O Dr Wilson comenta “que o Pentateuco, conforme se encontra, é histórico e data do tempo de Moisés; e que Moisés foi seu autor real, ainda que talvez tenha sido revisado e editado por redatores posteriores, adições essas tão inspiradas e tão verazes como o restante, não existe dúvida.”[9];

7. Todo o Pentateuco possui unidade literária. Pequenas adições e mudanças no Pentateuco podem ser admitidas sem que se negue a unidade literária, e autoria mosaica da obra. Não há nenhuma evidência história ou manuscritológica que vários redatores tenham “costurado” os livros do Pentateuco. Não existe nenhuma evidência que em algum período da história, o Pentateuco tenha circulado como “pedaços” (fontes JEDP), e que algum redator, ou redatores, tenha compilado e dado sua formação final, como propõe a teoria documentária. Os rabinos judeus desconhecem tal coisa.

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Notas:
[1] Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida, 1996), p. 13
[2] O.T. Allis, The Five Books of Moses (New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1964), p. 10
[3] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of the Old Testament(Chicago, Moody Press, 1967), p. 50
[4] Alan Millard, Descobertas dos Tempos Bíblicos (São Paulo, Ed. Vida, 1999), p. 80
[5] G.L. Archer,Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, pp. 499-507
[6] Martinho Lutero, por exemplo, apesar de possuir uma vida tão atribulada pode escrever (e em alguns casos reescrever) uma verdadeira biblioteca. A obra completa da edição de Weimar possuí um acervo de 100 volumes.
[7] Edward J. Young, Introdução ao Antigo Testamento (São Paulo, Editora Vida Nova, 1963), p. 52
[8] O.T. Allis, The Five Books of Moses, pp. 12-14
[9] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of Old Testament, p.11

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A religiosidade é contagiante


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Por Marcelo Berti

É interessante como a religiosidade é contagiante: Ela não precisa de propaganda, não precisa de incentivo, nem mesmo precisa de orientação. Na verdade, parece que a religiosidade é de certo modo inato a cada um de nós. Parece que temos a necessidade de criar regras, modelos, sistemas que tornem nossa “adoração” mais palatável e objetiva.

Entretanto, nos dias de Cristo a religiosidade tinha tudo isso: Propaganda, incentivo e orientação. Os Fariseus eram os modelos da religião e tinham tudo o que era necessário para ensinarem o que era a “verdadeira” religião para o povo.

Eles se distinguiam das outras opções religiosas nos seus dias, por sua crença e apreço pela Lei que Deus havia dado a Moisés, a Torá. Eles também advogavam ser os verdadeiros intérpretes da Lei baseada na tradição oral dos anciões, que posteriormente veio a ser codificada no documento que conhecemos como Talmud.

Segundo Flávio Josefo, grande parte da população da Palestina do primeiro século aceitava sua doutrina (Ant.18.15) de modo que até mesmo os Saduceus (outro grande grupo religioso em Jerusalém) estavam sujeitos aos Fariseus (Ant.18.17).

Os Fariseus eram os homens que levavam a vida religiosa do Templo para casas, sinagogas e para a vida pessoal do judeu comum. Eles eram os heróis da religião. Homens de alta posição social e prestígio em sua sociedade.

Mas, de modo interessante, o Talmud (Mas. Sotah 22b) registra a existência de sete tipos de Fariseus no primeiro século:
  1. O Fariseu “ombro“: Esse é o tipo de fariseu que carrega todas as suas boas ações em seus ombros para que todos possam ver;
  2. O Fariseu “espera só mais um pouquinho“: Esse é o tipo de fariseu que prefere esperar para ver o que vai acontecer antes de agir. Ele sempre tem uma boa desculpa teológica para não realizar uma boa obra.
  3. O Fariseu “machucado“: Esse é aquele que fechava os olhos para evitar olhar para uma mulher, mas por fazê-lo enquanto andava, normalmente tropeçava e caia.
  4. O Fariseu “corcunda“: Esse é aquele que evitava qualquer tipo de tentação por andar olhando para baixo. Há quem diga que isso era também era uma forma de demonstrar publicamente sua humildade.
  5. O Fariseu “exibido“: Como o nome já diz, esse era o fariseu que tinha prazer em contar (numericamente) e contar (publicamente) seus feitos. O objetivo era ter sempre o maior número de boas obras que os outros participantes da religião.
  6. O Fariseu “cheio de medo“: Esse era o fariseu que temia a Deus, não exatamente por causa da sua reverência ou respeito por Deus, mas por medo de Seu julgamento. Em outras palavras, era aquele que por temer o inferno  se certificava de obedecer todos os mandamentos da Lei de Deus, mesmo aqueles criados pela tradição dos anciãos.
  7. O Fariseu “que amava a Deus“: Esse era considerado o fariseu ideal, que obedecia a Deus por amor a Deus. Um grupo minoritário, que poderia ter incluido homens como Nicodemos, José de arimatéia e até mesmo Gamaliel.
Na minha opinião, o mais interessante em ler essa lista é perceber que esse tipo de farisaísmo ainda existe e está firme e forte em nossas igrejas. R.H.Stein está correto quando diz que “nem mesmo o cristianismo está isento dessa infeliz tendência (Stein, R. H. (2001). Vol. 24: Luke, pp. 340–341.).

A verdade é que de alguma forma os fariseus fizeram escola na igreja de tal modo que essa mesma lista poderia ser escrita para descrever sete tipos de cristãos religiosos. Deve ser por isso que também podemos dizer que ainda existe a propaganda, o incentivo e os modelos da religiosidade entre nós. É fato, a religiosidade é contagiante!

Fonte: Teologando

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