Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

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A Fragilidade do Apostolado Moderno

>> quinta-feira, 31 de maio de 2012


É curioso observar como algumas igrejas evangélicas tem facilidade em aceitar novidades. E é triste verificar a falta de empenho dos cristãos em observar as Escrituras e analisá-las com sensatez e cuidado. Triste também é saber que poucas são as igrejas que motivam seus membros ao estudo sistemático da Bíblia, ao aprofundamento teológico, a formação de grupos de estudo e discussão sobre as doutrinas cristãs e que verifiquem na Bíblia se as coisas realmente são como é pregado. Aliás, não é pecado analisar se os ensinos e a pregação estão em conformidade com as Sagradas Escrituras (Atos 17.10-11).

Dentro desta miscelânea de revelações e novidades que temos observado, é importante expressar-se sobre o caráter das revelações: 1) as revelações nunca deverão ser colocadas acima da Bíblia. A Bíblia é a palavra final e autoridade máxima, já que se trata da inerrante Palavra de Deus; 2) Se a revelação está em desconformidade com a Bíblia, descarte imediatamente tal revelação. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14.33) As experiências pessoais não podem ser colocadas acima das Escrituras Sagradas, pois estas já contêm a revelação do propósito de Deus ao homem.

Nestes tempos de tantas novidades, algo chama atenção de maneira muito preocupante na história recente da igreja: trata-se do Apostolado Contemporâneo, ou Restauração Apostólica. Muitos têm se levantado como apóstolos nestes dias. Apóstolos ungindo apóstolos e criando uma hierarquia apostólica. Alguns pastores que, talvez por se sentirem menores que seus colegas de ministério que foram ungidos como apóstolos, ungem-se a si mesmos e se auto-proclamam apóstolos. Não há fundamento para o chamado ministério apostólico contemporâneo pelo simples fato do mesmo não possuir respaldo bíblico.

 O termo

Segundo o Dicionário Bíblico Universal, o termo apóstolo “significa mais do que um ‘mensageiro’: a sua significação literal é a de ‘enviado’, dando a idéia de ser representada a pessoa que manda. O apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador” (Buckland & Willians, p. 35) . A Bíblia de Estudo de Genebra também aplica esta descrição, dizendo que apóstolo “significa ‘emissário’, ‘representante’, alguém enviado com a autoridade daquele que o enviou” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).

A frágil sustentação

Aqueles que defendem esta frágil posição, têm se sustentado principalmente na má interpretação do texto de Efésios 4.11 para o uso do ministério apostólico para nossos dias. O texto de Efésios 4.11 diz: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.

A refutação

As regras mais simples de hermenêutica nos ensinam que os textos sagrados nunca devem ser tirados de seu contexto. E no contexto da epístola de Paulo aos Efésios, temos no capitulo 2 o texto que prova que este ministério não mais existe. Antes de citar o texto, é importante refletir: quando um prédio é construído, o que é feito primeiro? As paredes ou a fundação da obra? É obvio que todo alicerce, toda fundação é feita em primeiro lugar. Não é possível construir as paredes e no meio das paredes fazer a fundação. Efésios 2.19-20 diz: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”.

Cristo é a pedra angular e os fundamentos foram postos pelos apóstolos e profetas. Os evangelistas, pastores e mestres são os responsáveis pela construção das paredes desta obra. Como bem explica Norman Geisler “De acordo com Efésios 2.20, os membros que formam a igreja estão ‘edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas’. Uma vez que o alicerce está pronto, ele não é jamais construído novamente. Constrói-se sobre ele. As Escrituras descrevem o trabalho dos apóstolos e dos profetas, quanto à sua natureza, como um trabalho de base” (Geisler, p. 375).

A Bíblia registra o uso do termo apóstolo a outros personagens. Russel N. Champlin explica que “há também um sentido não técnico, secundário, da palavra ´apóstolo´. Trata-se de uma significação mais lata, em que o termo foi aplicado à muitas outras pessoas, nas páginas do NT. Esse sentido secundário dá a entender essencialmente ´missionários´, enviados dotados de poder e autoridade especiais” (Champlin, p. 288, v. 3). Nesse sentido o Ap. Paulo chamou a alguns irmãos por apóstolos seguindo este termo não técnico:

Personagem Texto
Tiago, irmão do Senhor Gálatas 1.19
Epafrodito Filipenses 2.25
Apolo 1 Coríntios 4.9
Andrônico e Junias Romanos 16.7

No contexto de Efésios 4.1, Paulo não estava se referindo a estes homens, mas sim aos 12, Matias (que substituiu Judas Iscariotes), e a si mesmo. Estes compunham, juntamente com os profetas, o fundamento da igreja (Efésios 2.19-20).

Existiam duas exigências fundamentais para que um apóstolo fosse reconhecido para tal função:

1) Ser testemunha ocular da ressurreição de Jesus Cristo (Atos 1:21-22; Atos 1.2-3 cf. 4.33; 1 Coríntios 9.1; 15.7-8);

2) Ser comissionado por Cristo a pregar o Evangelho e estabelecer a igreja (Mateus 10.1-2; Atos 1.26).

Assim como Matias, que passou a integrar o corpo apostólico por ser uma testemunha, Paulo, que se considerava o menor, por ser o último dos apóstolos, contemplou a Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.1-9; 26.15-18), onde ocorreu o início de sua conversão. Ou seja, ambos preenchem os pré-requisitos para tal função. No entanto, os que se intitulam apóstolos em nossos dias não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado.

É interessante que, enquanto o Ap. Paulo refere-se a si mesmo como “o menor dos apóstolos” (1 Coríntios 15.9), os atuais apóstolos tem por característica a fama e a ostentação do título. Tudo é apostólico! A unção é apostólica! Os eventos são apostólicos! As músicas são apostólicas! Nem de longe se assemelham com a humildade dos apóstolos bíblicos. Eventos, cultos e seminários se tornam mais interessantes quando a presença do Apóstolo Fulano é confirmada. É um chamariz: “venha e receba a unção apostólica diretamente do Apóstolo Beltrano”. Tais apóstolos têm se colocado como super-crentes, uma nova e especial classe da igreja, a elite cristã dos tempos modernos. Hoje existe de tudo um pouco neste balcão mercantil da fé: Apóstolo do Brasil, Apóstolo da Santidade, Apóstolo do Avivamento e até mesmo o mais popular apóstolo brasileiro, chamado por muitos por “Paipóstolo”.

Existem hoje ministérios com características apostólicas, no sentido das missões (envio) e no estabelecimento de igrejas. No entanto, isso não faz de ninguém um apóstolo nos padrões bíblicos. A forma como Wayne Grudem explica esse fato é muito esclarecedora: “Embora alguns hoje usem a palavra apóstolo para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde que lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de ‘apóstolo’. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiu o título de ‘apóstolo’ ou permitiu que o chamassem apóstolo. Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título ‘apóstolo’, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter”. (Grudem, p. 764).

É equivocado aplicar o termo “apóstolo” para ministros contemporâneos. A Bíblia de Estudo de Genebra concluí que “Não há apóstolos hoje, ainda que alguns cristãos realizem ministérios que, de modo particular, são apostólicos em estilo. Nenhuma nova revelação canônica está sendo dada; a autoridade do ensino apostólico reside nas escrituras canônicas” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).

Tamanho o fascínio que os crentes possuem por essa Restauração Apostólica, gera preocupação nas lideranças mais sóbrias. Vale citar as sábias palavras de Augusto Nicodemus Lopes: “Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos auto-nomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira.” (Lopes, cf. blog do autor).

Conclusão

Os ofícios que o Novo Testamento expõem para a igreja, para aqueles que compõem sua liderança, são: Apóstolos, Pastores (ou Presbíteros, ou Bispos – já que todos os termos representam a mesma função/ofício – Tito 1.5-7; Atos 20.17,28) e Diáconos. Esta Restauração Apostólica não encontra subsídio bíblico ou histórico, portanto, levando em conta este contexto, e considerando principalmente que Paulo foi o último apóstolo, conclui-se que não existem apóstolos em nossos dias. Cabe a igreja de nossos dias, exercer suas funções sem invencionices e modismos, seguindo o puro e verdadeiro Evangelho.
Referências:
 Buckland, AR. e Willians, L. Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: 2001. Editora Vida
Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: 1999. Editora Cultura Cristã
Geisler, N. e Rhodes, R. Resposta às Seitas. Rio de Janeiro: 2004. CPAD.
Champlin, RN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 3 e 4. São Paulo: 2002. Hagnos
Grudem, W. Teologia Sistemática. São Paulo: 1999. Edições Vida Nova.
AGIR – Agência de Informações Religiosas – www.agirbrasil.com
Augusto Nicodemus Lopes – http://tempora-mores.blogspot.com
Fonte: Napec

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Desgraçados erros bíblicos


 
Por Maurício Zágari
Já fui vítima de alguns desgraçados erros médicos, que me fizeram pensar muito sobre desgraçados erros bíblicos. Vou contar apenas duas histórias para depois chegar ao ponto. Anos atrás comecei a sentir uma dor forte na sola do pé, que mal me permitia andar. Fui a um centro de reumatologia e ortopedia, daqueles de plano de saúde, onde você tem de ser atendido em dez minutos para que se possa atender muita gente e os donos da empresa faturarem muito. Peguei minha senha, sentei na filinha e esperei minha vez. Depois de muito tempo, me chamaram e entrei no consultório. A médica, sem sair de trás da mesa, perguntou o que eu estava sentindo e descrevi o problema. Sem nem ao menos me examinar ou mandar eu tirar o sapato, ela decretou de sua cadeira: "É fascite plantar, você precisa pôr o pé em água gelada e fazer fisioterapia". Ela é a médica, eu sou um leigo, logo obedeci caninamente o que ela disse: passei a pôr o pé todo dia em água gelada e a fazer a fisioterapia. Mas a dor não cedia. Pelo contrário: piorava. E piorava. E piorava. Chegou a um ponto em que, não aguentando mais, paguei uma consulta cara com um médico maravilhoso. Ele gastou tempo comigo. Mandou tirar o sapato e a meia, mexeu, apertou, fez diversas perguntas e diagnosticou: eu não tinha fascite plantar coisa alguma, tinha um músculo contraturado. O tratamento: pôr o pé em água quente, a água gelada fazia o músculo se contrair mais e a dor piorar. Com um dia pondo o pé no calor a dor desapareceu.

Ou seja: uma médica inconsequente, despreparada, que não fez o seu dever de casa, não só não resolveu meu problema como ajudou a piorá-lo. E ela tinha todo o aspecto de uma pessoa muito bem capacitada, vestia jaleco e roupa branca, ocupava um consultório numa clínica aparentemente muito bem estruturada. Tinha toda a aparência de deter o conhecimento que me auxiliaria, que me mostraria o caminho. Mas piorou a minha vida. Piorou a minha saúde. Cometeu um erro médico sério, que poderia ter causado lesões piores.

O segundo erro que relato foi ainda pior. Pois foi o erro de 4 médicos, todos com aparência de ter todo o conhecimento, alguns famosos, com nome na praça. Uma baixa de imunidade causada por estresse me fez ter candidíase na virilha. Trata-se de um fungo que todos nós temos mas que, quando as defesas do corpo baixam, isso permite que o fungo ataque seu organismo. Com muita coceira e inchaço, procurei um médico. Ele olhou e me receitou uma pomada que "me deixaria bom em 5 dias". Apliquei pelo tempo prescrito mas o local continuava inchado. Erro médico número 1.

Como eu viajaria para passar uma semana numa conferência teológica numa cidade pequena e sem muita estrutura, resolvi procurar uma dermatologista, para não ter surpresas desagradáveis durante a viagem. Ela olhou e disse que realmente a doença ainda não havia cedido completamente. "O outro médico não te receitou nenhum antifúngico oral?", perguntou em tom condenatório. Eu disse que não. Ela então me receitou um comprimido em dose única e mais um antifúngico de aplicação local, que chamarei de X, para aplicar por 14 dias. Foi o que fiz. Erro médico número 2.

Toda vez que aplicava o remédio X sentia o local arder. O 14o dia coincidiu com meu primeiro dia na Conferência, uma 2a feira. No dia seguinte, quando bati os olhos no local da doença fiquei apavorado: estava cheio de bolhas, inchaço, feridas em carne viva e sangrando. Tremi. Descobri junto ao plano de saúde o único hospital da cidade onde havia atendimento de emergência. Corri para lá e fui socorrido por um clínico geral. Contei a história toda. Ele examinou o local e disse que poderia ser herpes. Falou com uma tranquilidade assombrosa que eu poderia ter HIV. Mandou passar somente uma pomada no local "até melhorar", pomada que na verdade é um coquetel de antibióticos e antifúngicos. Erro médico número 3.

Voltei na 6a feira ao Rio e já sábado de manhã procurei um especialista, pois em 5 dias não havia aparência de melhora. Novamente contei a história toda. Ele olhou o local e disse que achava que era herpes. Mandou tomar aciclovir e continuar passando a mesma pomada. Erro médico número 4.
 
Quando chegou na 5a feira seguinte, sem nenhum sinal de melhora, já cansado emocionalmente e cheio de dores, decidi procurar mais um médico. E graças a Deus que o fiz. Contei a via-crúcis inteira, ele examinou o local e disse: "A médica te passou o remédio X? Ela está louca? Ele é usado para micose de unhas! Isso parece ser uma queimadura causada pelo remédio". Eu perguntei sobre a herpes. "Nenhum desses médicos a que você foi pediu um exame de sangue? Não temos que especular, existe um exame para isso, vamos fazer". Depois me pediu para ver a pomada que estava passando. "Essa pomada é uma mistureba que não resolve nada, por isso o local está infeccionado, você tem que passar a pomada Y", e me deu a receita. Saí do consultório, fiz o exame de sangue e passei a usar a pomada Y.

Resultado: no dia seguinte a dor sumiu e as feridas começaram a cicatrizar. O exame de herpes? Deu negativo. Não, eu não tinha herpes. Nem HIV. Tinha feridas provocadas primeiro porque um médico não soube me tratar, o que me levou a uma médica que me passou um remédio errado e piorou o meu problema gerando queimaduras químicas na pele, que um terceiro médico não soube diagnosticar e me receitou uma pomada que não resolveu nada e por um quarto médico que, tendo recursos para fechar um diagnóstico, só especulou, me apavorou e não ajudou em nada. Desgraçados erros médicos.

Quando finalmente encontrei alguém que sabia o que fazer, fiquei bom.

Essas duas histórias mostram o estrago que aparentes especialistas que na verdade são completamente mal-preparados são capazes de fazer com uma pessoa.

O mesmo acontece em nossa vida espiritual.
 
Muitas vezes, tomamos como referências pastores, pregadores, teólogos e até mesmo blogueiros que têm toda a aparência de conhecer Deus, a Bíblia, a Verdade, a sã doutrina. Nos apaixonamos por eles. Os seguimos cegamente. Cada receita que eles nos passam nós cumprimos. Afinal, somos leigos e eles, os detentores do conhecimento, os ungidos, os que sabem apontar o caminho. Falam bonito. Citam poetas. Escrevem coisas lindas em seus blogs e twitters. Gravam vídeos atraentes e bem produzidos no Youtube. São charmosos. Muitos não usam "aquela ultrapassada toga sacerdotal" nem terno e gravata, são in, falam a linguagem de nossos dias. Uns até falam palavrão. Outros citam Vinícius de Morais, Cecília Meirelles e Clarice Lispector.

Há também o que nos conquistam porque falam como machos. Gritam. Poem o dedo na cara dos pecadores. E daí se seus programas de TV só servem para vender produtos de suas empresas e se defender das acusações dos blogueiros pensantes? São nossos porta-vozes. Dizem aos gays o que gostaríamos de dizer. Esbravejam. Batem na mesa. Chamam outros cristãos de "trouxas", "bundões" e adjetivos similares que demonstram como estão cheios de "poder de Deus" ou da "graça de Deus". Os amamos.

Mas o que não percebemos é que muitos deles cometem desgraçados erros bíblicos. E, assim como os erros médicos que fizeram comigo e que tinham a aparência de solução mas só me prejudicaram, esses formadores de opinião arrastam multidões para longe de Deus. Pregam doutrinas de demônios. Receitam práticas, crenças e conceitos "bíblicos" que vão causar bolhas e feridas sanguinolentas em sua alma, meu irmão, minha irmã, e vão deixar sua alma em carne viva. Por isso, é essencial sabermos identificar esses homens.

Se algum pregador que você admira diz que é possível ser salvo por caminhos que não Jesus de Nazaré, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que Deus abriu mão de sua soberania e não age nas tragédias do mundo, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que Deus não controla as forças da natureza e que essa ideia é só influência de ensinos gregos, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que se você der 900 reais ao ministério dele receberá unção financeira, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira traz representantes da Teologia da Prosperidade do exterior para dizer a você em seu programa de TV que você deve dar-lhe dinheiro como forma de semeadura, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira usa palavras torpes - como falar palavrão em púlpito, ofender outros pastores chamando-os de "bundões" ou afirmar que quem oferta para a obra de Deus por amor e não querendo receber dinheiro de volta é "trouxa" - ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira fala sobre graça mas é agressivo ao mencionar outros pregadores, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira manda você "tomar posse da bênção" ou "decretar/declarar a vitória", ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira realiza exorcismos na TV em que o suposto demônio diz que líderes de outras igrejas são guiados por Satanás, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que é a favor do aborto, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira pede dinheiro e com isso compra fazendas ou jatinhos particulares com os recursos sagrados que os fieis dão à igreja, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que é possível viver a fé cristã fora de uma comunidade, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que não tem problema algum ir a shows de artistas do naipe de Ozzy Osbourne, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que irmãos na fé são malditos porque creem em doutrinas em que ele não crê, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira diz que a Bíblia é apenas um conjunto de mitos que revelam uma verdade maior, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira ama mais o dinheiro do que pessoas, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira é visivelmente vaidoso ou arrogante, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira participa de campanha política, ele está te prescrevendo veneno.

Se algum pregador que você admira trai seu chamado sacerdotal e se candidata a um cargo político, ele está te prescrevendo veneno.

E se algum pregador que você admira não admite ser criticado...ele é o veneno.

Desgraçados erros bíblicos. Desgraçados não por ofensa, meu irmão, minha irmã, mas simplesmente porque estão totalmente fora da graça de Deus. E fora da graça de Deus não há salvação.

Deus tenha misericórdia de sua Igreja.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

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Apostasia e o Ministério Ordenado

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Por John Owen

A pureza ou apostasia de uma igreja depende muitíssimo de seus pastores, líderes, professores e pregadores, assim como a igreja do Antigo Testamento dependia, para sua pureza, da fidelidade de seus sacerdotes (Ml 2.1-9).

O pastorado santo, humilde, trabalhador que Cristo instituiu na igreja foi usado grandemente para converter pessoas à obediência bíblica e para conservá-las nela. Deus abençoou e fez prosperar a doutrina, o espírito, o exemplo, a vidas, as orações, a pregação e o trabalho duro delas. A vida desses cristãos reforçou e provou o poder e a verdade do evangelho que pregaram.

Mas por meio da degeneração das épocas que se sucederam, as correntes da religião cristã foram poluídas por mestres corruptos que foram exemplos de dissensão, divisões, ambições e pensamentos mundanos.

Sob o Antigo Testamento, os sacerdotes levaram o povo a dois tipos diferentes de apostasia:

Primeiro, levaram o povo à superstição e idolatria (Jr 23.9-15). Esta apostasia terminou no cativeiro babilônico, onde todos seus ídolos foram enterrados na terra de Sinear (Zc 5.11).

Segundo, depois da volta deles do cativeiro, os sacerdotes, por negligência, ignorância e mau exemplo, lideraram o povo no desprezo de Deus e das coisas sagradas. Isso começou nos dias do profeta Malaquias, o último dos profetas bíblicos, e terminou na rejeição de Cristo e na destruição daquele templo e nação. Quando Cristo foi rejeitado pelo povo, foram os líderes religiosos quem os forçaram a clamar: “Crucifiquem-no!”.

Semelhantemente, a primeira apostasia na igreja cristã foi através da superstição e idolatria, que chegou ao auge na Igreja de Roma. Esta superstição e idolatria se fez acompanhar, inevitavelmente, de cada vez maior vileza na vida de todo tipo de pessoas.

Salvas de superstição e idolatria, muitas igrejas, caíram em comportamento mundano, sensual e profano, porque o clero nestas igrejas era mundano, sensual e profano.

Como é importante, pois, o ministério ordenado, para guardar pura a igreja e evitar que caia na apostasia!

A pureza e bem-estar de uma igreja depende da pureza e fidelidade de seus ministros
(Ef 4.11-15).

A igreja prospera ou decai conforme seus ministros designados prosperam ou decaem. Se estes são negligentes e corruptos, as pessoas abandonarão o evangelho. Os rebanhos não serão preservados onde os pastores são negligentes. Se os campos não forem continuamente cuidados, serão tomados pelo mato, espinhos, por espinhos e ervas daninhas.

Obrigações importantes do ministério

É dever dos pastores ordenados conservar pura a doutrina do evangelho, especialmente no que diz respeito à santidade. “Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento” (Ml 2.7; Ef 4.11-15). Foi esta a principal incumbência que Paulo deu aos presbíteros em Éfeso (At 20.28-30). Paulo também encarregou Timóteo de conservar puro o evangelho (1 Tm 6.13, 14, 20; 2 Tm 2.14, 15). E essa doutrina do evangelho deve ser entregue a homens fiéis que possam instruir outros também (2 Tm 2.1, 2).

A Bíblia, as mentes e corações dos crentes, e o ministério escolhido e ordenado são os três repositórios de verdade sagrada.

A Bíblia é mantida a salvo pela providência de Deus contra todas as oposições do inferno e do mundo.

A verdade sagrada nas mentes e corações dos crentes é guardada pelo Espírito de Cristo e sua graça (Jo 14.16, 17, 26; 16.13; 1 Jo 2.20, 21; Jo 6.45; Hb 8.10, 11). Compete ao Espírito Santo preservar a verdade nos corações e mentes dos crentes, mesmo em tempos de apostasia romana, como fez nos dias da apostasia israelita, quando Elias parecia representar sozinho a verdadeira religião.Naquela época Deus tinha preservado sete mil que não dobraram o joelho a Baal (1 Re 19.18).

Toda a pregação e ensino da verdade sagrada foi confiada ao ministério ordenado. A imaginação da Igreja de Roma, de que a verdade sagrada fica guardada nas celas ocultas da tradição ou em fantásticas e invisíveis casas do tesouro que não exigem nem cuidado, nem sabedoria, nem honestidade para guardá-la pura, mas chaves falsas para abri-la, foi uma maneira pela qual a verdade e santidade foram banidas do mundo.

A verdade do evangelho bíblico é a única raiz da qual cresce a santidade bíblica. Se a raiz se corrompe, o fruto também será corrupto. É impossível manter o poder da piedade onde a doutrina da qual procede é desconhecida, corrompida ou desprezada. Por outro lado, onde os homens estão cansados de santidade, não continuarão fiéis à verdade divina por muito tempo. A grande oposição feita a todas as doutrinas da Bíblia hoje existe justamente porque os homens detestam a santidade.

É dever dos pastores ensinar o desígnio todo de Deus como fez Paulo (At 20.27). Quaisquer deles que não são dotados de sabedoria para ver o que é útil, proveitoso, e o que os ouvintes estão prontos para ouvir, conforme a necessidade atual de seu estado espiritual, não sabem o que é ser ministros fiéis de Cristo.

Eles precisam pregar todo o desígnio de Deus com cuidado, diligência e fidelidade (2 Tm 4.1, 2). Como deveriam estas palavras dirigidas a Timóteo soar alto aos ouvidos de todos os pastores que desejam desempenhar seu dever com fidelidade! Será que as almas dos homens serão preservadas, edificadas e salvas com menos esforço do que nos dias dos apóstolos?

Eles precisam pregar todo o desígnio de Deus com todas suas forças (At 6.4; 1 Tm 5.17; 1 Co 16.16; 1 Ts 5.12).

Precisam pregar todo o desígnio de Deus com oração constante (At 6.4). O ministério da Palavra que não for sustentado por oração para ser bem sucedido dificilmente exercerá santidade na vida de outras pessoas. Paulo é o supremo exemplo de um homem de oração (Rm 1.9, 10). É inútil tomar sobre si toda a armadura de Deus e não apoiá-la com oração (Ef 6.18, 19). Um pastor que prega a Palavra de Deus sem oração constante para que a pregação tenha êxito é bem capaz de estar ocultando um ateísmo secreto em seu coração, e dificilmente vai operar santidade na vida dos outros.

É dever dos ministros designados representar, através de sua vida e de seu ministério, o poder e a verdade das grandes e santas doutrinas que pregam.

É dever dos ministros designados evidenciar em suas vidas a mansidão, a humildade e o zelo por Deus. Devem mostrar moderação, negação de si e prontidão para a cruz. Acima de tudo são chamados para mortificar, pelo Espírito, os desejos corruptos que tenham. Desprezo pelo mundo, bondade e paciência para com todas as pessoas, a mente posta no celestial, tudo isso deve ser característico de um ministro de Cristo e do evangelho.

Quaisquer vícios e corrupções que os homens virem nas vidas de seus pastores não serão atribuídos à depravação de sua velha natureza que ainda neles habita, mas sim ao evangelho. Por isso, em todas as coisas os ministros precisam mostrar-se padrão de boas obras (Tt 2.7). Precisam ser exemplos para todos os que os seguem (2 Ts 3.9; 1 Tm 4.12). Esta é a honra à qual Cristo chama seus ministros.

É dever dos ministros ordenados atender diligentemente àquela regra e disciplina santa que o Senhor Jesus Cristo ordenou para a edificação da igreja e a preservação de sua pureza, santidade e obediência.

Muitos pastores são lamentavelmente ignorantes dos desígnios de Deus. Eles não têm sido fiéis em conservar puros e incorruptos a verdade, a doutrina e os mistérios do evangelho. Faltam-lhes desejo e destreza para pesquisar os mistérios da doutrina de Cristo quanto à capacidade para fazer isso. Desprezam o trabalho difícil de expor fielmente as Escrituras. E assim multidões perecem por falta de conhecimento. Estes deverão - e irão - morrer em seus pecados, mas o sangue delas será exigido da mão de tais ministros infiéis (Ez 3.16-21).

A maioria dos sacerdotes no papado é brutalmente ignorantes. Mas para eles isso não importa, porque seu trabalho é manter o povo ignorante das doutrinas da Escritura. E não é melhor a situação na Igreja Grega Ortodoxa. Como resultado, nações inteiras que se chamam de cristãs, por tola ignorância têm degenerado até ao desrespeito e desdém pelas coisas santas; e têm tolerado imoralidades abomináveis que são piores do que quaisquer as que são toleradas pelos pagãos.

Se a pregação do evangelho é o único meio soberano e eficaz designado por Deus para a regeneração e renovação da natureza dos homens e a reforma de suas vidas (e negar isso seria negar o próprio cristianismo), é vão esperar que essa regeneração e reforma se efetuem de forma tal que restaurem a beleza e glória da religião no mundo, sem que primeiro sejam providenciados ministros hábeis para instruir o povo.

Mas por intermédio de um clero infiel e corrupto, tal como o que se pode achar na Igreja de Roma, a verdade foi aviltada, corrompida e pervertida. Nem em nossos dias existe nela uma única doutrina que promova a obediência bíblica que esteja livre de ser desprezada ou corrompida.

Para que a verdade seja conservada pura, é preciso que orações subam a Deus. Só por sua graça o ministério estará capacitado a guardar a Palavra de Deus livre de corrupção.

Muitos pastores são indolentes, frios e indiferentes para com seu trabalho. Poucos se dedicam de coração, de modo diligente e laborioso, ao máximo de suas forças e capacidade, no trabalho do ministério, com zelo pela glória de Deus e com compaixão sincera pelas almas dos homens.

Será que alguém imagina que os deveres diários do sacerdócio da Igreja de Roma - tais como pronunciar os ofícios nas horas canônicas, ouvir confissões e dar absolvições, sem o menor de labor na Palavra e doutrina - seriam os meios que Deus nos tem dado em sua Palavra para se manter o poder e a beleza do cristianismo? O que essas práticas romanas fazem é efetivamente manter a humanidade em pecado e segurança, e os homens gostam que seja exatamente assim.

Muitos clérigos são abertamente ambiciosos, insaciavelmente cobiçosos, presunçosos, sensuais, detestando os bons e prezando como companheiros os mais aviltados, mostrando hábitos depravados de mente.

Que terrível o contraste entre tais homens e os apóstolos e primeiros pregadores do evangelho!

Que Deus possa enviar novamente “pastores segundo seu coração para apascentar o povo com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).

Só o avivamento de um poderoso e bíblico ministério fará com que a igreja retorne de sua apostasia atual para aquele glorioso estado que vai realmente trazer glória a Deus no mundo. 
- Sobre o autor: Para ler a biografia completa deste grande pregador Puritano, clique aqui!
Extraído do livro: Apostasia do Evangelho, John Owen, Editora Os Puritanos pp.147-152.

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Cobertura Espiritual: É Bíblica?

Por Fabian Ayroldi - 1º Sgt (R) - Exército Argentina


Nos últimos tempos tem-se levantado um novo ensinamento por líderes que querem manter seus seguidores atados a eles tal qual escravos atemorizados.
Esses pregadores ostentam grande glória e conhecimentos, e forçam os membros das suas congregações que continuem a lhes ser sujeitos, como se fossem a fonte de toda bênção.

Um pastor é um "servidor", não um "mestre" da igreja e, ao servir a Deus para o bem da Igreja, deve protegê-la e guiá-la espiritualmente a Deus e sua palavra, tal como o pastor conduz as ovelhas para pastagens frescas e água límpida (isto é, um tipo de doutrina).Um membro deve respeitar, ser obediente, e não causar problemas para o seu pastor, porque esse é um claro mandamento bíblico.

    "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Hebreus 13:17.

Agora isso não significa que os membros não possam recusar, fazer objeção, e discernir se o que o pastor está pregando e fazendo é a coisa certa diante de Deus. Os pastores têm que prestar contas a Deus, não seus seguidores ou membros de sua congregação, mas de si próprios e do que fizeram. Cada pessoa terá de dar conta de si próprio e não outro qualquer.

    "... Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Romanos 14:12.

Todos os cristãos são sacerdotes de Deus e são chamados a estarem preparados em todos os momentos através da palavra, para fazer um bom serviço.

    "E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém." Apocalipse 1:6.

    "E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra." Apocalipse 5:10.

Isto significa que todos são responsáveis pelo estudo bíblico e comparar os ensinamentos dos líderes com o que diz a Palavra. Um líder que obriga ou intimida seus membros de se manterem sob a sua assim chamada "cobertura" está agindo de forma sectária e os controlando tal qual um ditador. O cristão não está sob o controle de ninguém; ele é livre, tendo sido libertado por Deus.

    "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão." Gálatas 5:1.

    "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor." Gálatas 5:13.

É muito importante a adesão a um igreja local e prestar contas a alguém (um pastor, líder, professor, conselheiro etc.). Isto nos torna mais responsáveis por nossas ações e nos mantém na linha; mas isso não significa que a pessoa a quem prestamos conta e confiamos para direção espiritual seja infalível e soberano domínio sobre as nossas vidas, além de bons conselhos e disciplina dada de acordo com a Bíblia por razões legítimas.

A cobertura do crente vem de Deus, e a alegação de que um cristão sinta a necessidade de deixar certa filiação a alguma igreja não lhe deixa sobre qualquer "direito legal" de Satanás: isso é inteiramente falso. Na verdade, esta é a mesma tática utilizada por seitas como as Testemunhas de Jeová, por exemplo. A cobertura de um crente não depende da organização ou congregação a que ele pertence, ou a que o líder (Pastor) tem; ela vem de Deus. É Deus quem protege os fiéis e os guia em tudo.

    "E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos. Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno." 2 Tessalonicenses 3:2,3.

    "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo." 1 Pedro 1:3-5.

    "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém". Jude 24, 25.

    "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." 1 João 5:18.

A cobertura não é oferecida ou dada pelos homens aquela que te mantém longe do diabo e livre de seus ataques, mas é a cobertura do teu Deus, através do Espírito Santo, a que nos protege.

Amém.

Deus te abençoe.

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Primeiro Batismo no Espírito Santo no Brasil

>> domingo, 27 de maio de 2012

CELINA DE ALBUQUERQUE
A primeira pessoa batizada com Espírito Santo no Brasil


 
"E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão;..." (At 2.17,18 ARC)
Conheçam a primeira pessoa, em solo brasileiro,
a ser batizada com o Espírito Santo: Celina Martins Albuquerque
Nasceu em Manaus, AM, em 19 de setembro de 1874, filha de José Martins Cardoso e de Cândida Rosa de Aguiar Cardoso. Casou-se aos 25 anos de idade, no dia 25 de setembro de 1899, com Henrique Albuquerque que, como seu sogro, era prático em navegação nos rios amazônicos.No Pará, converteu-se a Cristo, na Primeira Igreja Batista de Belém que, na época, era pastoreada por Almeida Sobrinho, por quem Celina foi batizada, no batistério do templo à rua João Balby, 406.Em 1910, chegaram os pioneiros do Movimento Pentecostal, que começaram a ensinar a doutrina do Espírito Santo que traziam em seus corações. Celina se interessou pelo que eles pregavam e, crendo na verdade, passou a buscar a promessa de Jesus Cristo.Com a idade de 95 anos, a fiel anciã foi chamada ao descanso eterno, a 27 de março de 1969, em Belém do Pará.
O selo do Espírito Santo veio primeiro sobre ela
Celina Albuquerque e Maria de Nazaré foram as primeiras a declarar que aceitavam a promessa registrada em Atos 2.17-18: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão sonhos vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão...” Elas se propuseram a permanecer em casa, em oração, até que Deus as batizasse com o Espírito Santo.

À uma hora da manhã do dia 8 de junho de 1911, em sua residência na rua Siqueira Mendes, 79 (atual 161), Celina Albuquerque foi a primeira pessoas, em solo brasileiro, a ser batizada com o Espírito Santo. Estava confirmada a verdade pregada pelos missionários, que anunciavam um novo batismo.

Logo ao amanhecer, a irmã Nazaré apressou-se a ir à casa de José Batista de Carvalho, na av. São Jerônimo, 224, levando consigo a boa nova de que a irmã Celina recebera a promessa conforme a Palavra de Deus. Na casa de José Batista estavam reunidas várias pessoas, entre elas Manoel Maria Rodrigues, diácono da Igreja Batista. Ele declarou mais tarde: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no batismo com o Espírito Santo”. Maria de Nazaré, no dia seguinte, teve a mesma experiência: era batizada com o Espírito Santo.

Imediatamente, todos os membros da igreja tiveram conhecimento do fato e algumas pessoas resolveram ir à casa de Celina, a fim de averiguarem pessoalmente o que estava acontecendo. Entre os interessados estavam os irmãos José Plácido da Costa, diácono e superintendente da Escola Dominical; Antônio Marcondes Garcia e esposa; Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre, seminaristas.

Os dois missionários não silenciaram, continuando a pregar a Palavra de Deus. Realizavam reuniões de oração onde moravam, local agora muito visitado pelos membros da igreja. O clima naquela peque comunidade evangélica era de tensão. Formaram-se dois grupos: o daqueles que aceitavam a doutrina pregada pelos missionários e se mantinham firmes nas suas opiniões e o grupo daqueles que rejeitavam a doutrina do batismo com o Espírito Santo e não se conformavam com a presença dos missionários no sei da igreja.
Uma santa mulher; heroína da fé
Entre os cooperadores da primeira hora, na obra pentecostal no Brasil, encontram-se algumas mulheres que, como desprendimento e heroísmo, enfrentaram os maiores desafios. Elas se puseram como verdadeiras colunas, como vasos de ouro nas mãos de Deus.
Celina Albuquerque destacou-se entre elas. Sua bravura evidenciou-se em episódios como o descrito por A. P. Franklin, autor de Entre Crentes Pentecostais e Santos Abandonados na América do Sul, citado em O Diário de um Pioneiro. Reporta-se a um incidente ocorrido em 13 de novembro (de 1911), por ocasião de um batismo, quando grande multidão, armada com facas e laços, estava decidida a impedir a cerimônia. O escritor começa a informar: “Os primeiros batismos eram feitos todos em segredo, geralmente, às onze horas da noite, pois não havia nem templos nem tanques batismais”. E prossegue: “Mas um dia criaram coragem e anunciaram um batismo público a beira-rio. Isso deu tempo para que os inimigos se preparassem. Vieram então várias centenas de homens e pensavam que com violência poderiam impedir o ato sagrado. O líder veio à frente carregando uma cruz. Os poucos crentes que estavam reunidos compreenderam o perigo naquele momento e temeram que sangue fosse derramado, Vingren procurou ler a Bíblia, mas foi impedido. Procurou outra vez, mas o líder tirou o seu punhal e se preparou para lançar contra ele”.
Neste instante, a irmã Celina interveio colocando-se entre os dois, e esse gesto salvou-lhe a vida. Então veio a inesperada providência de Deus: o Senhor fez com que um outro católico, pessoa idosa e respeitável, se impusesse, a gritar: “Chega! Deixem que eles tenham a sua cerimônia”. O líder do grupo intentava concretizar a ameaça, mas sem o mesmo ímpeto foi contido pela palavra do missionário: “Eu faço somente o que Deus quer!” E mesmo sob os riscos, que continuavam, o ato se realizou. E Deus deu o livramento.
Ao ser batizada no Espírito Santo, Celina começou a despertar os irmãos no sentido de lhe seguirem o exemplo, havendo sido, por conseguinte, um marco esplendoroso.

fonte: 4.bp.blogspot.com.br
Postado por Pr Marcello


MANOEL FRANCISCO DUDU
O primeiro homem batizado com o Espírito Santo no Brasil
Todos os assembleianos sabem que a primeira pessoa a receber o batismo com o Espírito Santo no Brasil foi uma mulher, a irmã Celina Albuquerque, que fez parte do grupo pioneiro da então denominada Missão da Fé Apostólica. Mas são poucos os que sabem quem foi o primeiro homem a viver a experiência pentecostal em Belém do Pará.


Pois bem, depois da irmã Celina, ainda duas outras mulheres foram batizadas com o Espírito e falaram em línguas: Maria de Nazaré Cordeiro de Araújo e outra irmã que deduzo ser Isabel L. da Silva, também integrante do primeiro grupo pentecostal. A quarta pessoa foi um paraibano que na época vivia em Belém e era policial militar. Na capital paraense, ele se converteu a Cristo na Igreja Presbiteriana, mas abraçou a fé pentecostal quando a obra ainda estava no início. Seu nome era Manoel Francisco Dubu.


Em 1914, ele retornou à Paraíba e passou a compartilhar a doutrina do batismo pentecostal e dos dons espirituais com os crentes congregacionais e batistas. No ano de 1918, acompanhado por outro paraibano, chamado Galdino Cândido do Nascimento, ele realizou o primeiro culto pentecostal naquele estado.


Em 1935, Manoel Francisco Dubu foi ordenado presbítero pelo conhecido pastor Cícero Canuto de Lima e durante muitos anos exerceu esse ministério na Assembleia de Deus da cidade de Campina Grande, em seu estado natal.
 
 

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A mornidão espiritual

>> sexta-feira, 25 de maio de 2012



"A mornidão espiritual é o pior estado que se estabelece na vida de alguém que um dia teve um encontro pessoal e verdadeiro com Cristo"
 
 O QUE É MORNIDÃO ESPIRITUAL

A palavra “morno” aparece uma só vez no texto sagrado, em Ap.3:16, quando o Senhor Jesus assim descreve, na carta que mandou João escrever à igreja de Laodicéia, o estado espiritual daquela igreja. É a palavra grega “chliarós” (???????). Em português, a palavra “morno” tem origem incerta. Alguns estudiosos entendem que esta palavra vem do latim “vulturnus”, nome de um vento, o “vento do sudoeste”, que era um vento que trazia um calor abafado, tanto que os romanos logo passaram a chamar de “vulturnus” o  próprio calor abafado, palavra esta que teria dado origem ao português “butorno”, que logo foi substituído pelo correspondente espanhol “modorro”, que se transformou em  “modorra”, cujo significado é “sonolência causada por certos tipos de doença”, “desejo irresistível de dormir, ainda que não provocado por doença”, “grande desânimo ou prostração”, “apatia”, “indolência”.
- “Morno” significa “aquela temperatura que varia entre o quente e o frio”, “pouco aquecido”, “que demonstra pouca energia, pouca intensidade”, “desprovido de calor, de efervescência, de vida”, “monótono”, “aborrecido”. Além de “morno”, palavra que nos vem do uso popular, este mesmo significado é também conferido pela palavra de origem erudita “tépido”, que vez da raiz latina “tepor”, cujo sentido é “pouco quente” e que deu origem também a palavras como “tibiez” ou “tibieza”, cujo significado é “estado de fraqueza, de debilidade, de frouxidão”.
- Vemos, pois, em primeiro lugar, que a mornidão se caracteriza por ser uma temperatura que está entre o quente e o frio. O próprio Senhor, na carta à igreja de Laodicéia, bem demonstra isto, dizendo que aquela igreja não era nem fria, nem quente e que antes fosse uma coisa ou outra e não “morna”. O resultado da mornidão era terrível: por causa desta mornidão, aquela igreja seria vomitada pelo Senhor, ou seja, lançada fora da presença de Deus. Mas por que uma atitude tão drástica em virtude da “mornidão”?
- A “mornidão” é uma temperatura entre o quente e o frio, é o resultado de uma mistura entre o quente e o frio. Não há, na natureza, um estado de mornidão. A mornidão é sempre fruto de uma mistura entre o quente e o frio. Esta circunstância se entendia bem na cidade de Laodicéia, onde ficava a igreja para a qual o Senhor Jesus mandou esta carta.
- Laodicéia era uma cidade fundada pelos romanos no vale do rio Lico, na atual Turquia, perto da atual cidade de Denizli. Não muito distante de Colossos e de Hierápolis, Laodicéia havia sido construída pelos romanos no meio da construção de estradas melhores que facilitassem a comunicação entre Roma e a Ásia Menor. Por ter sido construída como um entroncamento das principais estradas da região, Laodicéia já nasceu destinada a ter uma prosperidade material, tornando-se importante centro comercial.
- Apesar de sua localização privilegiada em termos de transporte, Laodicéia estava numa região extremamente carente de água. O abastecimento de água sempre foi o grande problema de Laodicéia que, para tanto, precisou construir uma grande rede de aquedutos (ou seja, canais que trouxessem água de outras regiões), principalmente das regiões das duas principais cidades vizinhas: Hierápolis e Colossos. As fontes de águas, no entanto, mostraram-se não ser úteis para o consumo. Havia muitas fontes de águas termais, ou seja, águas quentes, que chegavam mornas em Laodicéia, sendo insuficientes as águas frias que vinham também para abastecer a região. O resultado é que as águas que chegavam a Laodicéia eram impróprias para uso, causando, muitas vezes, vômitos para os que as utilizavam.
- Como se percebe, pois, a mornidão é uma situação de mistura, um estado artificial, não existente na natureza, criado pela ação humana, que lhe causa danos e prejuízos em sua saúde e na sua própria sobrevivência. A “mornidão espiritual” não é diferente. Ela é o resultado da mistura que o homem provoca entre coisas que são de naturezas completamente opostas. Assim como o quente e o frio são contrários e não podem ser misturados sem dano, também o santo e o profano, o puro e o impuro, o certo e o errado não podem ser misturados sem dano espiritual. A “mornidão espiritual” é, portanto, o resultado da mistura entre o puro e impuro, o limpo e o imundo, entre o santo e o pecaminoso, um comportamento que sempre abominável aos olhos do Senhor (Ez.22:26).
- Mas, “mornidão” , também, é “estado de pouco aquecimento”, ou seja, uma situação em que há deficiência de transmissão de calor, em que há insuficiente concessão de calor. Temos aqui que a “mornidão” é o resultado de um processo de “aquecimento” que é interrompido, é paralisado antes do tempo. Quando algo começa a ser aquecido, não passa imediatamente do frio para o quente. É preciso todo um processo para que o frio se torne quente e, se este processo é paralisado antes que se consiga o aquecimento, temos um estado de mornidão.
- A “mornidão espiritual” não é diferente. É, também, um estado provocado pela interrupção, pela paralisação do “aquecimento espiritual”. A vida espiritual é uma vida, como não temos cansado de dizer em nossos estudos. Uma vida é uma continuidade, é uma constância. Não é por outro motivo que as Escrituras denominam a “vida espiritual” de expressões como “carreira” (At.13:25; 20:24; II Tm.4:7; Hb.12:1), “jornada”(III Jo.6 ARA), “caminho” (Jo.14:4; At.16:17; 18:25; 19:9,23; 24:14,22; Rm.3:17; II Pe.2:2) e o convívio com o Senhor de “andar” (Gn.5:24; 6:9; 17:1; 24:40; Sl.26:3; Rm.8:1) “prosseguir” (Os.6:3; Fp.3:12,14) e “correr” (Sl.119:32.; I  Co.9:26; Gl.5:7).
- A “mornidão espiritual”, porém, é uma paralisação deste processo, é uma interrupção antes que se consiga o “aquecimento”. Para-se a carreira sem que se tenha alcançado a linha de chegada; para-se a jornada, sem que se tenha chegado ao destino; deixa-se o caminho, ficando à sua beira, ao seu largo, sem condições de trilhá-lo e, então, se atingir o propósito anteriormente estabelecido. Não mais se anda, não se prossegue, não se corre mais. A “mornidão espiritual” é, portanto, esta “parada” na continuidade da vida com Deus.
- Esta “parada”, esta “estagnação” não é jamais aprovada pela Palavra de Deus. O Senhor, nas Escrituras, manda que estejamos sempre continuando a convivência com Ele, que jamais deixemos de andar, prosseguir ou correr: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente” (Mq.2:10). A paralisação do crescimento espiritual, a interrupção do processo de caminhada com Deus traz inevitavelmente a morte espiritual, em especial nos dias difíceis por que passamos. A corrupção, diz o profeta, destrói grandemente e se pararmos a nossa jornada, impondo-nos a “mornidão espiritual”, estaremos fadados a nos corromper. O que acontece com um aparelho ou um bem que não mais usamos, que deixamos parado? Ele se deteriora. Assim também ocorre com cada um daqueles que, interrompendo sua jornada, entra em estado de “mornidão espiritual”.
- O terceiro significado de “mornidão” está bem vinculado ao anterior. “Morno” é o que tem “pouca energia, pouca intensidade”. Como houve paralisação do processo de “aquecimento”, o calor transmitido, a energia transmitida é pouca, é insuficiente para que produza algum resultado útil, para que se alcance o objetivo previsto, o alvo desejado. Fica-se aquém do esperado, não se consegue satisfazer as exigências estabelecidas.
- A “mornidão espiritual” é uma situação em que não se tem energia suficiente para se alcançar o fim da vida espiritual, que é a vida eterna, o convívio eterno com o Senhor. O objetivo de todo servo de Deus é a vida eterna. O texto áureo da Bíblia mostra-nos que Deus enviou o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo.3:16). A vida eterna é o que Deus almeja a cada homem, “o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”(Ap.21:3).
- A “mornidão espiritual”, porém, impede a pessoa de alcançar a vida eterna. Não há energia suficiente, não há força bastante para que se consiga vencer o mundo e o pecado. A “mornidão espiritual” é um estado de “pouca energia”, de “pouca intensidade”. Por isso, não se terá condições de vencer o mundo e o pecado e, cedo ou tarde, a pessoa estará privada da graça de Deus, das riquezas espirituais, da própria salvação. Jesus disse a real condição da igreja de Laodicéia: desgraçada, miserável, pobre, cega e nu. Esta é a situação que advém da “mornidão espiritual”, porquanto há “pouca energia, pouca intensidade”. Para vencermos o mundo, precisamos estar cheios do Espírito Santo (Ef.5:18), ter suficiência de vida, ter vida plena, o que não se tem no estado de “mornidão espiritual”.
- O quarto significado de “morno” é “desprovido de calor, de efervescência, de vida, monótono, aborrecido”. Mais um significado bem relacionado aos anteriores. A “mornidão espiritual” caracteriza-se pela falta de calor, de efervescência, ou seja, pela falta de “fervor”. “Fervor” vem da raiz latina “ferv”, cujo significado é “ferver, estar fervendo, queimar, estar queimando, fermentar, estar agitado, estar em grande atividade, estar cheio de, abundar”. Sua origem é a raiz indo-européia “bher”, que significa “agitação”, “calor”.
- A “mornidão espiritual” representa um estado de falta de calor, de falta de agitação. Quando vemos uma quantidade de água fervendo, percebemos que há uma intensa agitação na superfície da água. A água está em constante movimento e há formação de bolhas, de vapor e ninguém consegue se aproximar da superfície da água sem se queimar. Aliás, a água fervendo traz grandes males à pele humana, quando esta entra em contacto direto com ela.
- Nada disse se passa, porém, quando estamos diante da água morna, que, em vez de atacar o homem, pelo contrário, traz um relaxamento, uma frouxidão, um entorpecimento. Este é o grande perigo da “mornidão espiritual”: a falta de agitação, a falta de calor gera o conformismo, a adequação ao meio-ambiente. Em vez da água fervente, que não pára quieta, que não deixa ninguém se aproximar e que fere tudo o que é carnal, a água morna se amolda ao que está ao seu redor, toma a feição e as características do ambiente, não se importa com coisa alguma, é parada, irrelevante, influenciada e não influenciadora.
- A “mornidão espiritual” representa este estado de conformismo, de assunção dos valores mundanos, de mudança de valores. A “mornidão espiritual” não impede a aproximação do pecado e do mundo e, bem ao contrário, permite a acomodação de tudo quanto não tem parte com a santidade e com a pureza na vida de quem é “morno”. Passa-se a ter uma coabitação com o pecado, o que é desastroso, porque Deus continua a ser um “fogo consumidor” (Hb.12:29), continua a ser o Deus que abomina o pecado e que está sempre distante disto, prossegue sendo o Deus que está querendo distribuir brasas vivas a todos quantos querem servi-lO. O verdadeiro servo de Deus não se conforma com o mundo, mas se transforma pela renovação do seu entendimento (Rm.12:2).
- A “mornidão espiritual” também traz uma “monotonia”, um “aborrecimento” na vida da pessoa. Como não há agitação, como não há movimento, tudo fica parado, estagnado, torna-se monótono. A monotonia é a “ausência de variedade, de diversidade, de multiplicidade em alguma coisa que geralmente se caracteriza pela presença de componentes diversos”. Ora, a vida espiritual, a convivência com Deus é, precisamente, um ambiente em que sempre há variedade, em que sempre há diversidade. As misericórdias do Senhor são novas a cada manhã (Lm.3:23), a cada manhã o Senhor traz à luz a Sua justiça, mesmo no meio da opressão (Sf.3:5), o servo de Deus vive sempre em novidade de vida (Rm.6:4).
- Este é o motivo pelo qual a vida espiritual é comparada a uma fonte de água que salta para a vida eterna (Jo.4:14), porque uma característica da fonte é a de nunca ter a mesma água, mas, ao contrário, é sempre um nascedouro de água, um local onde sempre água nova surge, sem interrupção, sem parada. Entretanto, a “mornidão espiritual” caracteriza-se pela “monotonia”, ou seja, em vez de fonte de água, temos a presença de “cisternas rotas” (Jr.2:13), poços cavados para obter a água da chuva, poços secos, que não têm água e que quando a água surge, não é retida, é perdida e a que fica, lamentavelmente, serve apenas para causar males, pois se torna em criadouro de moléstias (que o diga a dengue…) e de toda espécie de danos.
- A “mornidão espiritual” transforma a fonte de água viva em cisterna rota, em água parada e estagnada. A água fervente que não permitia a aproximação de quem quer que seja, passa a ser criadouro de toda a espécie de inseto, verme e outras criaturas prejudiciais à saúde. A fonte que matava a sede pela pureza de suas águas, passa a ser uma cisterna de água estagnada, contaminada e mal cheirosa. A agitação que movimentava o ambiente, que transformava vidas, torna-se a monotonia, a mesmice que não muda coisa alguma, que só acrescenta mau cheiro (os “escândalos”), doença (as “heresias” e os “falsos ensinos”) e morte.
- Por fim, temos que o significado de “tépido”, a palavra erudita que corresponde ao significado de “morno” é “fraco, débil, frouxo”. A “mornidão espiritual” é um estado de fraqueza espiritual. A fraqueza espiritual distingue-se da fraqueza material. Esta se apresenta como uma aparência de moleza, de debilidade, de falta de vigor. Quando falamos em fraqueza, no sentido material, logo nos vem à mente as pessoas doentes, que se encontram quase sempre pálidas, sem cor, sem força, andando, falando, enfim, vivendo com dificuldade.
- A fraqueza espiritual, entretanto, é diferente. Ela não tem aparência de debilidade, mas, bem ao contrário, a fraqueza espiritual é identificada exatamente pela sua aparência de robustez. O apóstolo Paulo descreveu, de modo bem feliz, este tipo de fraqueza, ao dizer: “…sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” (II Co.12:10).
- A fraqueza espiritual apresenta-se sempre quando alguém se acha forte, quando diz para si e para todos quantos o cercam de que está bem, de que não precisa de coisa alguma que venha da parte de Deus. Quando alguém se considera forte é porque está fraco espiritualmente. A fraqueza espiritual não se demonstra por falta de vigor, mas se apresenta como arrogância, como soberba, como auto-suficiência diante de Deus.
- A fraqueza espiritual da igreja de Laodicéia mostra-se logo no início de suas afirmações. Aquela igreja, a começar do seu anjo (i.e., do seu dirigente), enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca soberba: “Rico sou e de nada tenho falta” (cfr. Ap.3:17). Ora, é nesta tola manifestação que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus. O servo de Deus que é espiritualmente forte, como Paulo, é forte porque reconhece que é fraco. O verdadeiro forte espiritual é aquele que se manifesta como o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim”(Sl.40:17a).
- A “mornidão espiritual” é um estado de fraqueza espiritual e esta fraqueza se verifica no sentimento de auto-suficiência, de arrogância, de orgulho e de soberba do homem que tem a petulância, o desatino, a loucura de dizer que não precisa de Deus, de que “pode se virar sozinho” neste mundo. Como temos visto ao longo deste trimestre, é este um dos sentimentos dominantes, senão o predominante, nos tempos trabalhosos e, portanto, o estado de “mornidão espiritual” traz aquilo que é, sem dúvida, um dos maiores males da humanidade: a recusa em se submeter ao senhorio de Deus.
II – AS CAUSAS DA MORNIDÃO ESPIRITUAL
- Visto o que é a mornidão espiritual, temos de, agora, verificar como ela surge no meio do povo de Deus, quais são as suas causas, a fim de que não nos deixemos atingir por ela, pois, como dissemos supra, é ela um dos “inimigos íntimos”, um dos “inimigos de nossa própria casa”, visto que a mornidão espiritual, ao contrário dos desafios que temos estudado ao longo deste trimestre (o mundanismo contra a família, o sistema educacional, o ataque maligno contra a saúde física e mental do homem como também à atividade da igreja, o relativismo ético, a tecnologia a serviço do mal e os falsos ensinos), que vêm de fora para dentro de nós, a mornidão é algo que surge dentro de cada salvo, a corroer-lhe a salvação e, neste sentido, como disse Jesus, “…os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq.7:6 “in fine”), casa que pode ser considerada, também, não só como nossa família, como também como cada um de nós (Hb.3:6).
- A primeira causa da “mornidão espiritual” é o sentimento de auto-suficiência. “Rico sou e de nada tenho falta” é a expressão que dá início à mornidão espiritual, é o primeiro fator que é apontado pelo Senhor Jesus na identificação da mornidão da igreja de Laodicéia, que resultaria no seu vômito da boca do Senhor.
- O homem não pode jamais se esquecer de que é menos do que nada diante de Deus (Is.40:17; 41:24). Feito para ser o dominador sobre a criação na face da Terra (Gn.1:26), o homem depende exclusivamente da bênção do Senhor para cumprir o propósito a ele estabelecido pelo próprio Deus (Gn.1:28). Tudo quanto o homem desfruta, tudo o que o homem tem é resultado da misericórdia e da providência de Deus (Gn.1:29,30). Sem o Senhor, nada podemos fazer (Jo.15:5).
- Quando, porém, o homem se deixa iludir pela sua própria concupiscência e, a exemplo do primeiro casal, entende de querer viver sem Deus, de querer seguir um rumo próprio na sua existência, de “proclamar sua independência” de Deus, temos instalada a principal causa da “mornidão espiritual”. “Querer ser igual a Deus” foi sempre o grande mal do ser humano. “Querer ser o dono do seu nariz”, “querer tomar conta da sua vida”, a grande mentira que o diabo tem contado a milhões e milhões de seres humanos e que tem levado multidões para a perdição.
- Há um grande risco quando alguém, tendo conhecido a Cristo e O aceitado como seu único e suficiente Senhor e Salvador, começa a entender que pode servir a Deus “do seu jeito”, “à sua maneira”. “Rico sou e de nada tenho falta”, ou seja, “não preciso fazer isto ou aquilo para me salvar”, “tal e qual exigência da Bíblia não vale mais para o nosso tempo”, “isto era naquele tempo, agora não é necessário”, “isto não faz mal, é implicância da igreja (ou do pastor)” é um fator de “mornidão espiritual” e tem levado muitos, mas muitos mesmo, à perdição.
- Não podemos discutir com Deus o que Ele nos manda fazer. Não podemos selecionar o que se encontra na Sua Palavra. Não podemos determinar o que se deve seguir e o que não se deve seguir nas Escrituras. Temos, tão somente, de reconhecer que somos menos do que nada e que, por misericórdia, desfrutamos a salvação na pessoa de Cristo Jesus e, por isso, devemos Lhe ser obedientes. Aliás, as palavras de Jesus são claríssimas a respeito: “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando” ( Jo.15:14).
- A proliferação de movimentos religiosos nos dias em que vivemos, em especial de denominações ditas evangélicas, é, em grande parte, conseqüência deste sentimento de auto-suficiência. Muitos são aqueles que não aceitando se submeter à Palavra de Deus, criam “atalhos”, “meios mais fáceis” de servir a Deus. São eles que determinam como se deve servir ao Senhor. Querem “comodidade”, facilidades mil, porque se consideram ricos e de nada têm falta. Assim sendo, têm sua própria maneira de servir ao Senhor, a maneira mais cômoda e leve possível. Esquecem-se, porém, que, para servirmos a Deus, devemos, antes de tudo, renunciar a nós mesmos, negar a nós mesmos (Mc.8:34; Lc.9:23).
- Mas, além do sentimento de auto-suficiência, também causa a “mornidão espiritual” a estagnação do crescimento espiritual. Como se viu, a mornidão é a interrupção do processo de aquecimento. Diz o apóstolo Tiago que devemos nos chegar a Deus que Ele Se chegará a nós (Tg.4:8). Tem-se, portanto, um processo duplo: o homem se aproxima de Deus e, como conseqüência disto, Deus também Se aproxima do homem. Tendo o homem tomado a iniciativa, Deus também vai em direção ao homem.
- É preciso que o homem se converta, ou seja, mude de direção, deixe de seguir aos desejos de sua natureza pecaminosa, e se vire para onde Deus está a lhe esperar. Vemos bem esta situação tipificada na chamada de Moisés, quando é dito que tudo começou porque Moisés resolveu se virar e ver o que ela aquilo que estava a ver (i.e., a sarça que ardia mas não se consumia) (Ex.3:3). Este processo é contínuo, não pode ser paralisado, pois “…a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv.4:18). Este dia perfeito somente será alcançado na glorificação (I Co.15:52-54) e, por isso, temos de perseverar até o fim (Mt.24:13), sendo firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (I Co.15:58).
- Temos, portanto, de nos aproximar diariamente de Deus (Sl.73:28), sabendo que isto é bom, porque, quando nos aproximamos dEle, Ele Se aproxima de nós. Esta aproximação faz com que Deus Se rebaixe até o nosso nível, desça de Sua grandeza para poder compartilhar conosco de Suas misericórdias (Ex.3:7,8; Jo.6:38; At.7:34). Mas, ao mesmo tempo que Deus desce, o homem cresce. Quanto mais nos aproximamos de Deus, maior é o nosso crescimento. A vida espiritual é uma vida de crescimento, crescimento que se dá na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (Cl.1:10; II Pe.3:18), em sabedoria (Pv.9:9). O crescimento é resultado do nascimento do Sol da Justiça em nós (Ml.4:2). A igreja, o povo de Deus na Terra, tem de crescer para templo santo do Senhor (Ef.2:21) e fazer com que a Palavra de Deus cresça e prevaleça (At.19:20). Devemos crescer em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo (Ef.4:15).
- Quando, porém, paramos este processo, quando deixamos de crescer, então advém a “mornidão espiritual”. Deixar de se aproximar de Deus, deixar de chegar a Deus nada mais é que interromper o processo de crescimento espiritual. Como se faz isto? Deixando de orar, de meditar na Palavra de Deus, de buscar a presença do Senhor, de pedir e buscar as bênçãos espirituais.
- A “mornidão espiritual” tem se instalado em muitas vidas porque há uma paralisação na vida devocional. As pessoas não oram mais, não lêem a Bíblia, não jejuam, não pedem o batismo com o Espírito Santo nem os dons espirituais, não têm interesse em exercer os talentos que lhes foram confiados pelo Senhor. Querem servir a Deus de um modo cômodo, sem esforço nem dedicação. O resultado é que não mais se viram para ver a sarça que está ardendo sem se consumir e, por isso, não mais dialogam com Deus, não mais sentem a Sua presença, a Sua glória, não mais se dispõem a realizar tarefas inadiáveis, que atendem ao clamor e aos gemidos do povo do Senhor, que vive, como temos visto neste trimestre, por períodos de grande angústia e necessidade.
- Nosso modelo é o Senhor Jesus, que jamais se descuidou da Sua vida devocional. Cumpria e conhecia as Escrituras, sempre as citando, sempre nelas meditando, ainda quando se encontrava em agonia na cruz do Calvário (Jo.19:28). Nasceu orando (Hb.10:5-9), viveu orando (Mt.14:23; Mc.6:46; Lc.9:29; Lc.22:44) e morreu orando (Lc.23:46). Determinou que os Seus servos pedissem as bênçãos espirituais, que lhes seriam concedidas ante a insistência (Mt.7:11; Lc.11:13), porque Ele mesmo o pediu (Jo.11:41,42).
- No entanto, muitos têm deixado de crescer, tornam-se verdadeiros “anões espirituais”, pessoas que, pelo tempo, deveriam ser mestres, mas que carecem ainda de um tratamento dado a recém-nascidos (Hb.5:12). Verdadeiras “crianças espirituais”, que, sendo meninos, fazem coisas de menino (I Co.13:11). São “débeis mentais espirituais”, que transtornam a obra de Deus e a si mesmos, deixando que a carnalidade lhes domine (I Co.3:1-3) e o resultado da carnalidade é a privação do Espírito de Deus na vida, é o desagrado a Deus (Rm.8:5-8).
- Outro fator que causa a “mornidão espiritual” é a falta do amor. Morno é o que é desprovido de calor, de fervor, de vida. Ora, quando o homem aceita a Cristo, é justificado pela fé, passa a ter paz com Deus e tem derramado no seu coração o amor de Deus pelo Espírito Santo (Rm.5:1-5). Quando, porém, falta este amor, não há como se produzir o calor do Espírito. Este fator é tão importante que se constitui num “inimigo íntimo” independente, mormente nos tempos trabalhosos em que vivemos, de tanta importância que será o objeto da nossa próxima lição.
- Mas, vimos, também, que a mornidão é um “calor abafado” e “abafar” é “sufocar”, “impedir a respiração”,”perder o ânimo”, “esmorecer”. Ora, uma das causas da “mornidão espiritual” é, portanto, o “abafo”, a “perda do ar” e sabemos que, em termos espirituais, o “ar” é o Espírito Santo de Deus. Assim, causa “mornidão espiritual” tudo aquilo que não deixa o Espírito Santo Se mover, que não dá liberdade ao Espírito Santo. Daí a recomendação do apóstolo: “não extingais o Espírito” (I Ts.5:19), que, na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, encontra uma interessante variante: “não atrapalhem a ação do Espírito Santo”.
- Nos dias em que vivemos, muitos crentes têm entrado em estado de “mornidão espiritual” porque não permitem que o Espírito Santo possa atuar nas suas vidas. Resistem ao Espírito Santo, não ouvem a Sua voz e o resultado disto é que entram na triste situação de mornidão. Somente conseguimos vencer o mal, ter liberdade frente ao pecado e ao mundo se, e somente se, dermos ouvido ao Espírito Santo, pois “…onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”( II Co.3:17b).
- Infelizmente, muitos são os que não mais ouvem a voz do Espírito Santo. Endurecem os seus corações e não aceitam a direção do Santo Espírito, cuja função é nos ensinar todas as coisas e nos fazer lembrar o que Jesus ensinou (Jo.14:26). Muitos cometem os mesmos erros dos judeus que, ao longo de sua história, sempre resistiram ao Espírito de Deus (At.7:51).
- Quem resiste ao Espírito de Deus, quem endurece a sua cerviz, ou seja, não renuncia a si mesmo, não assume a vontade de Deus na sua vida mas, ao contrário, quer fazer o que bem entende, “não abre mão” de suas vontades, sonhos e projetos, entra em estado de “mornidão espiritual”. Estêvão chamava-os de “incircuncisos de coração e ouvido”, ou seja, pessoas que não assumem qualquer compromisso com Deus, que se apartam da aliança proposta pelo Senhor, porque não se submetem a Ele e à Sua vontade, rejeitando a Palavra do Senhor.
- Os dias em que vivemos são dias em que muitos não querem mais ouvir a Deus. Por causa disto, correm atrás de “doutores conforme as suas próprias concupiscências”, pois têm comichões nos ouvidos e só ouvem aquilo que querem ouvir (II Tm.4:3). Pecam e não querem saber de deixar de pecar e, o que é pior, acham que Deus tem de aceitá-los deste jeito. Por isso, entram em estado de “mornidão espiritual”, porque “abafaram” o Espírito de Deus, sufocaram-nO, fazem questão de não ter mais a Sua doce presença e companhia.
- Com o “abafamento” do Espírito, temos que não se pode manter o fervor espiritual. Sem ar, o fogo se apaga, o fogo não se mantém. A vida do crente era figurada no fogo do altar, que deveria arder continuamente, jamais poderia ser apagado (Lv.6:13), mas, para isso duas coisas eram necessárias: o comburente, que é o que reage com a substância para que haja a queima e o combustível, que é aquilo que é queimado.
- Na vida espiritual, para que não tenhamos “mornidão espiritual”, também se faz necessário que se mantenha o fogo aceso e, para isto, precisamos de comburente e de combustível espirituais. Faz-se necessário que ouçamos e sigamos a direção do Espírito Santo, que Ele esteja presente em nossas vidas. Ele é o comburente, aquele que reage com aquilo que vai ser queimado. Todos sabemos que, na vida física, o principal comburente é o oxigênio, encontrado no ar. O comburente espiritual é o Espírito Santo, o “vento de Deus”. Seu soprar é indispensável para todos aqueles que são nEle nascidos (Jo.3:8).
- Já o combustível, aquilo que havia de ser queimado, era, na figura do altar, a lenha, que deveria sempre abastecer o fogo, ou seja, a madeira (Lv.6:12). “Lenha” é a madeira, mais ou menos fragmentada, que é usada como combustível. A lenha, que é madeira, representa aqui cada um de nós, o nosso próprio ser, pois madeira fala de humanidade, de fragilidade. Precisamos nos fragmentar, isto é, precisamos nos fazer em pedaços, nos humilhar diante de Deus, para que, então, possamos ser usados por Ele e, assim, termos o fogo do altar ardendo continuamente em nós.
- A “mornidão espiritual” provém de pessoas que não aceitam se humilhar diante de Deus, que são orgulhosas, soberbas e que não admitem se submeter ao Senhor. Entretanto, a Bíblia diz que devemos nos humilhar debaixo da potente mão de Deus (I Pe.5:6), perante o Senhor (Tg.4:10). Deus não só dá graça aos humildes (Tg.4:6; I Pe.5:5), como também o salva (Jó 22:29) e para ele atenta (Sl.138:6). O humilde de espírito obterá honra (Pv.29:23b) e só é semelhante a Cristo quem for humilde de coração (Mt.11:29).
III – CONSEQÜÊNCIAS DA MORNIDÃO ESPIRITUAL
- Em Sua carta à igreja de Laodicéia, o Senhor Jesus mostra as tristes conseqüências da mornidão espiritual. Ele afirma que, por causa da mornidão, vomitaria da Sua boca aquela igreja, ou seja, lançá-la-ia fora da Sua presença, um gesto extremo e drástico, mas que revela quão abominável para o Senhor é esta situação espiritual, situação em que, lamentavelmente, se encontram muitos, mas muitos mesmos, dos que cristãos se dizem ser.
- Podemos, então, dizer que a conseqüência final, o último resultado da mornidão espiritual é a morte espiritual, a perdição eterna. Estas pessoas, que estavam no interior do corpo de Cristo, que pertenciam à Igreja, são, por fim, lançadas fora do corpo, são “vomitadas”. Devemos notar que eram pessoas que estavam “dentro do corpo”, mas que são lançadas fora em virtude da sua mornidão, algo que, como já vimos, era comum em Laodicéia, em virtude da mornidão das águas ali trazidas pelos aquedutos.
- Mas antes que venha esta conseqüência final, o Senhor Jesus diz que algumas características, alguns “frutos” advinham da vida de quem está sob mornidão espiritual. O processo de vômito não é imediato, nem o poderia ser, visto que o Senhor não tem prazer na morte do ímpio (Ez.33:11), mas, antes, quer que ele se salve e se converta dos seus maus caminhos (Ez.18:23; I Tm.2:4). Não nos iludamos, pois: quando alguém é lançado fora da igreja, demonstra toda a sua impiedade de modo escandaloso e, quiçá, irreversível, isto não ocorreu de um momento para outro, mas foi resultado de um longo processo, processo este em que a pessoa não quis ouvir a voz misericordiosa do Senhor.
- Assim, antes que advenha a apostasia completa, a morte espiritual, o vômito da boca do Senhor, alguns efeitos imediatos já se fazem sentir na vida de quem está morno espiritualmente. Tais frutos são detectados pelos verdadeiros servos do Senhor que tudo discernem, embora de ninguém sejam discernidos (I Co.2:15), discernimento este que não tem outro propósito senão levar a cada servo do Senhor a buscar ajudar aquele que caminha perigosamente para a morte eterna, deles tendo piedade e salvando alguns, arrebatando-os do fogo (Jd.22,23).
- A primeira destas conseqüências imediatas é a desgraça. Jesus disse que aquela igreja era desgraçada, ou seja, não tinha a graça de Deus. A palavra grega é “talaitóros” (??????????), cujo significado é “pessoa em aflição, dificuldade, miséria, infelicidade”, um “coitado”. Quando se entra em estado de “mornidão espiritual”, perde-se a “graça de Deus”, ou seja, o “favor imerecido de Deus”, aquilo que Deus nos dá pelo Seu infinito amor, pela Sua misericórdia, não pelos nossos méritos.
- Quando se acha que é rico e que de nada se tem falta, a pessoa simplesmente rejeita a graça de Deus e o que é o homem sem esta graça? O que merece o homem se se retirar aquilo que recebe pela misericórdia divina? Um homem sem a graça, um homem “desgraçado” é um infeliz, é um coitado, é um ser que somente merece a condenação eterna, ser lançado fora da presença do Senhor e habitar, para todo o sempre, pela sua petulância e atrevimento, nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes (Mt.8:12; 22:13; 25:30).
- A perda da graça de Deus é uma triste conseqüência da “mornidão espiritual”. Sem a graça de Deus, a pessoa murcha, como diz conhecido hino sacro. Não há mais vigor espiritual, o desânimo toma conta. A aflição, a angústia, a infelicidade, a perda de esperança, a falta de perspectiva passam a habitar o interior do “desgraçado”. Por isso, o “morno espiritual” foge, a todo custo, do pensamento das coisas que são de cima, preferindo correr em direção das coisas perecíveis, das ilusões e dos enganos passageiros deste mundo, porque, se parar para pensar nas coisas eternas, verá que não tem a graça, que é um infeliz, um coitado.
- Mas Jesus não disse apenas que o “morno espiritual” era um “desgraçado”. Também afirmou que ele era miserável. “Miserável” é aquele que tem carência de tudo, ou seja, que não tem coisa alguma, que é digno de compaixão, que se encontra numa situação lamentável, desprezível, que não vale coisa alguma. Esta é a situação de quem, tendo nascido de novo e iniciado sua caminhada com Deus, dEle se afasta, interrompe a sua carreira.
- Como diz conhecido cântico, “quem tem Jesus, tem tudo; quem não tem Jesus, não tem nada”. Esta expressão é baseada na afirmação bíblica de que quem confessa o Filho, tem também o Pai (I Jo.2:23b). Ora, quem tem a Deus, tem tudo, pois Deus é o dono de todas as coisas (Sl.24:1). Quem, porém, nega o Filho, diz o mesmo texto, não tem o Pai (I Jo.2:23a). Como Deus é o dono de tudo, quem não tem o Pai, não tem coisa alguma, nem a si mesmo, pois também nós somos de Deus, visto que criaturas Suas.
- A “mornidão espiritual” gera, deste modo, a “miséria espiritual”. O “morno” é um miserável, porque nada tem, não vale coisa alguma, é desprezível, tem falta de tudo. Por isso, aliás, os “mornos espirituais” estão a correr atrás de fama, posição social, dinheiro e emoções as mais variadas, entrando no círculo vicioso do hedonismo, da filosofia dos prazeres, que domina os nossos dias. Por que muitos crentes estão buscando, a todo custo, uma “alegria carnal”, emoções e “sentimentos fortes”, indo de um lado para outro para saciar a sua alma? Porque são miseráveis, não têm coisa alguma, estão vazios, desprovidos de qualquer espiritualidade e, como diz um conhecido provérbio popular, “quem tudo quer, nada tem”.
- A terceira conseqüência imediata da “mornidão espiritual” é a pobreza. Jesus diz ao anjo da igreja de Laodicéia (que representa toda a igreja, até porque, nesta carta, o Senhor, ao contrário de outras cartas, não faz qualquer ressalva ou exceção, dando a entender que não havia ali qualquer remanescente fiel) que ele era pobre. Apesar de dizer que era rico e que de nada tinha falta, aos olhos do Senhor, o que se via era tão somente pobreza espiritual. Esta pobreza não deve ser confundida com a “pobreza de espírito”, que o Senhor aponta como sendo a primeira bem-aventurança (Mt.5:3), pobreza esta que nada mais é que o sentimento de dependência de Deus, ou seja, exatamente o contrário da auto-suficiência, da arrogância apresentada pelos laodicenses. A palavra grega “ptochós” (??????) tem também o significado de “pedinte”, “mendicante” e a bem-aventurança está precisamente na circunstância de as pessoas reconhecerem a sua insignificância, a sua pequenez e pedirem a Deus que as acolha, em reconhecerem que devem se submeter ao Senhor, de viver debaixo do Seu senhorio.
- A “pobreza espiritual” apontada pelo Senhor Jesus na igreja de Laodicéia, porém, é a situação de carência, de falta de tudo pela ausência de Deus na vida. Os laodicenses diziam que eram ricos, que não tinham falta de coisa alguma, ou seja, rejeitavam qualquer ajuda de Deus, não queriam pedir-Lhe coisa alguma. Por causa disso, como não se submeteram ao Senhor, como não Lhe pediram coisa alguma, nada tinham. Eram pobres, carentes, despidos de qualquer riqueza espiritual.
- A “mornidão espiritual” é uma situação de pobreza. O morno não tem a presença de Deus na sua vida, não desfruta de qualquer bênção espiritual, apesar de o Senhor ter já abençoado o Seu povo com todas elas nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3). Vive uma situação de penúria espiritual, de carência de toda e qualquer dádiva eterna. É, aliás, a situação descrita, segundo a história, por um cardeal da Igreja Romana que, instado pelo próprio Papa, que, em meio a tanta opulência material angariada pela Igreja, teria dito que não se poderia mais dizer, como Pedro e João, que a Igreja não tinha prata nem ouro, teria respondido: “É verdade, agora temos prata e ouro, mas, ao contrário de Pedro e João, não mais podemos dizer ao paralítico que se levante e ande”.
- Esta é a situação de pobreza espiritual causada pela “mornidão espiritual”. Há completa carência de bênçãos espirituais, não mais se vê a operação do poder de Deus, desapareceram os sinais e maravilhas, não há mais batismo com o Espírito Santo nem a manifestação dos genuínos e autênticos dons espirituais. Em seu lugar, aparecem “inovações”, as “neobesteiras pentecostais”, como bem afirmou o jornalista cristão Jehozadak Pereira. O poder de Deus é trocado pelo misticismo barato e vão, fruto de muito bem elaboradas técnicas de domínio das mentes, naturais e, não raras vezes, demoníacas.
-  Não há mais pregações ungidas pelo Espírito de Deus e, como resultado, não se tem mais conversões nem crescimento espiritual dos crentes. O louvor que  aproximava de Deus, que fazia o povo chorar e glorificar a Deus, que quebrantava os corações, foi substituído pelos balanços carnais, pelas músicas exaltadoras dos intérpretes e instrumentistas, que animam as danças e coreografias, que transformam os cultos em shows e instante de entretenimento. O convite ao pecador para se arrepender dos seus pecados foi trocado pela oferta de sensações e de riqueza material, a renúncia de si mesmo deu lugar à auto-exaltação e auto-afirmação diante de Deus, a ponto de se “exigir direitos” e “fazer determinações” ao Senhor Todo-Poderoso. Que miséria!
- A “mornidão espiritual” também gera, nas palavras do Senhor Jesus, a cegueira. A visão é o primeiro efeito do novo nascimento. Em Seu diálogo com Nicodemos, o Senhor disse que quem nasce de novo, vê o reino de Deus (Jo.3:3). Aquele que aceita a Cristo é iluminado pela luz do evangelho de Cristo (II Co.4:4). O povo de Deus é a luz do mundo (Mt.5:14), porque pôde ser iluminado pela luz do mundo (Jo.8:12).
- No entanto, a “mornidão espiritual” faz cessar esta visão e ela é substituída pela cegueira, a pior das cegueiras, pois é a cegueira de quem haja que vê. Como disse o Senhor, “se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas como agora dizeis “vemos”, por isso o vosso pecado permanece” (Jo.9:41). Como diz adágio popular, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Eis a cegueira advinda da “mornidão espiritual”: a cegueira de quem não quer ver, de quem se recusa a contemplar, com os olhos da fé, as realidades espirituais.
- A cegueira espiritual leva os “mornos” a se desviar da verdade e a seguir doutrinas falsas de homens e até de demônios. A cegueira leva os “mornos” para as trevas, para a escuridão do mundo. O cego não vê a luz e, em termos de “mornos espirituais”, não quer ver a luz. Por isso, acaba cometendo pecados e um abismo chama outro abismo (Sl.42:7 “in initio”). Quem não vem para a luz, quem se afasta da luz é porque faz o mal e não quer sofrer a reprovação de suas obras (Jo.3:20). A cegueira leva às trevas e se a visão de alguém são trevas, diz o Senhor, quão densas são essas trevas (Mt.6:23) !
- Não devemos, pois, admirar as aberrações que, a cada dia, surgem no meio daqueles que cristãos se dizem ser. A cada dia que passa multidões e multidões passam a praticar verdadeiras abominações em nome de Deus ou a pretexto de servi-lO. Um sem-número de inovações e modismos, como vimos na lição anterior, chegam, instalam-se e conquistam o coração e a mente de muitos crentes, vários deles com anos e anos de fé. Como explicar isto? É a cegueira que resulta da “mornidão espiritual” em que estes se encontram.
- A última conseqüência imediata da mornidão espiritual apontada pelo Senhor à igreja de Laodicéia é a nudez. Nudez é a ausência de vestimenta, a falta de cobertura, a ausência de proteção. A nudez foi a primeira coisa que o casal primordial percebeu em si quando pecou. A nudez registrada na queda do homem é muito mais que a simples nudez física, mas esta nudez física também figura a nudez espiritual que, inclusive, impediu que o homem se apresentasse diante de Deus na viração daquele fatídico dia.
- A nudez causada pela “mornidão espiritual” é a perda da vestimenta da salvação, de justiça, que se alcançou quando da aceitação de Cristo Jesus como único e suficiente Salvador. Como sacerdotes de Deus, somos vestidos de salvação (II Cr.6:41) e esta vestimenta temos de manter até aquele dia, pois só teremos o revestimento da glorificação se não formos achados nus (II Co.5:1-3). A nudez representa, portanto, a perda da santidade, a perda da separação do pecado. Não é por outro motivo que o Senhor, ao Se referir ao remanescente fiel nas igrejas da Ásia Menor, sempre diz que estes servos usavam vestes brancas (Ap.3:5,18). Só podem estar diante de Deus aqueles cujas vestes estiverem brancas (Ap.4:4; 7:9,13). A nudez está vinculada à prática do pecado, à traição diante de Deus, à prostituição espiritual (Lm.1:8; Ez.16:36,37).
IV – AS PROMESSAS DE JESUS PARA DEBELAR A MORNIDÃO ESPIRITUAL
- Vimos que a conseqüência final e derradeira da mornidão espiritual é a perdição eterna. Jesus disse que vomitaria da Sua boca esta igreja por causa deste triste e lamentável estado espiritual. Por isso, a igreja de Laodicéia é o tipo da chamada “igreja apóstata” ou “igreja paralela”, a igreja que, por causa de seu desvio espiritual, não será arrebatada no final desta dispensação. Como se costuma dizer, em meio a tantas denominações, convenções, ministérios e comunidades, só há, diante de Deus, duas igrejas: a que vai ser arrebatada (“a que vai subir”) e a que não será arrebatada (“a que vai ficar”). A igreja de Laodicéia representa esta igreja que vai ficar, que não será levada pelo Espírito Santo ao encontro do Senhor nos ares.
- No entanto, Jesus é extremamente misericordioso e não quer que esta igreja fique. Seu desejo é que todos se salvem. Por isso, na Sua mensagem a esta igreja, apesar de, como a própria Verdade (Jo.14:6), dever dizer o que haveria de ocorrer com aqueles que se haviam ingressado no estado de “mornidão espiritual”, sendo, como é, a esperança da glória (Cl.1:27), lançou o Seu convite para que os “mornos espirituais” tornassem a ser fervorosos. Por isso, apesar de ter sido duro com a triste realidade espiritual daquela igreja, o Senhor apresenta um conselho àquela gente, a fim de que pudessem, enquanto fosse possível, voltar a ter comunhão com Ele.
- Apesar de vivermos dias difíceis de apostasia e de dificuldades crescentes no campo espiritual, não podemos desanimar nem achar que tudo está perdido. Não está tudo perdido, porque Jesus, Ele que é o Senhor de todas as coisas, não desanimou nem desistiu dos “mornos espirituais”, trazendo-lhes um conselho para que abandonem este estado de coisas. Jesus não é um acusador, como muitos “crentes”. Mostra os erros, não tolera o pecado, mas, simultaneamente, apresenta soluções para que a situação seja modificada radicalmente. Temos feito isto com aqueles que, à nossa volta, têm entrado na “mornidão espiritual”?
- O primeiro conselho dado pelo Senhor Jesus para pôr fim à “mornidão espiritual” é que se “compre dEle ouro provado no fogo, para que enriqueças” (Ap.3:18). Não há como dar um basta na “mornidão espiritual” sem que se busque fogo. A “mornidão espiritual” somente será debelada se a pessoa decidir mudar de vida, de direção. Assim como Moisés se virou para ver a sarça que ardia e não se consumia, o “morno espiritual” precisa voltar a andar em direção ao fogo, em direção a Jesus. Não há outro modo de se deixar a mornidão senão por intermédio de uma aproximação com Deus, ou seja, da retomada da oração, do jejum, da leitura e meditação na Palavra de Deus.
- Comprar de Jesus ouro provado no fogo nada mais é que pagar o preço da renúncia e do abandono dos desejos, paixões e vontades próprias. Trata-se de uma compra, ou seja, há o pagamento de um preço. Estamos dispostos a renunciar ao nosso ego, às nossas vontades, sonhos, projetos e paixões? Estamos dispostos a “abrir mão” dos nossos vícios e maus hábitos? Há um preço a pagar, um preço que é alto, porque se trata de “comprar ouro”, mas tudo o que fizermos nada significa diante do alto preço com que fomos comprados: o precioso sangue de Jesus vertido na cruz do Calvário! (I Pe.1:18,19).
- A compra do ouro fala-nos daquilo que é divino. Assim como a madeira representa a humanidade, o ouro é tipo daquilo que é de Deus. Assim, o que devemos buscar é o próprio Deus, o Seu ser, a comunhão com Ele. algo bem diferente da busca dos “benefícios de Deus”, como muitos têm apregoado por aí. Temos de ter esta disposição, este objetivo. Queremos pagar o preço para estar diante do Senhor. Para quê? Para reconhecer a Sua glória, o Seu poder, o Seu amor, a Sua misericórdia. Queremos servir a Deus pelo que Ele é, não pelo que Ele possa nos fazer.
- A riqueza espiritual depende desta nossa compra do ouro de Cristo provado no fogo. Não há outro meio de se enriquecer. Por isso, todas as propostas de “enriquecimento espiritual” que fujam deste modelo devem ser desconsideradas, porque são mentirosas. Não se enriquece espiritualmente voltando-se para dentro de si, como defende a Nova Era e as suas “variantes evangélicas”, muito menos se consegue o enriquecimento espiritual através de barganhas com o Senhor, de um toma-lá-dá-cá baseado em “obras” e “sacrifícios”. É preciso que estejamos dispostos a comprar o ouro de Cristo provado no fogo, de irmos à Sua busca, de renunciarmos a nós mesmos em função dEle. Só assim, fazendo o que Ele quer (e só o saberemos se tivermos uma vida de oração e leitura da Bíblia Sagrada), poderemos nos enriquecer espiritualmente.
- O segundo conselho dado pelo Senhor aos “mornos espirituais” é a compra de vestidos brancos a fim de cobrir a vergonha da nudez. Esta compra de vestidos brancos chama-se “santificação”. Sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Devemos ser santos, i.e., separados do pecado, porque Deus é santo (Lv.20:7; I Pe.1:16). Para abandonar a “mornidão espiritual”, tem-se de pagar o preço da santidade, tem-se de se separar do pecado. A santificação é contínua, progressiva e não terá fim até a glorificação. Quem é santo, deve se santificar ainda (Ap.22:11). Quem quiser ter vida espiritual, precisa renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas bem como viver neste presente século sóbria, justa e piamente (Tt.2:12).
- Num mundo onde o pecado se multiplica a cada dia, com conseqüências cada vez mais evidentes na vida de muitos que cristãos se dizem ser, somos convidados pelo Senhor a aumentar a nossa santificação. A “mornidão espiritual” caracteriza-se pelo conformismo com o pecado, pela adequação e adaptação ao mundo, por um “liberalismo” que já tem penetrado até mesmo nas lideranças do povo de Deus, mas quem quiser alcançar a glória, deve deixar tudo isto de lado e seguir o conselho do Senhor: comprar vestes brancas que cubram a vergonha da sua nudez.
- O terceiro conselho dado pelo Senhor Jesus para cessar a “mornidão espiritual” é a unção dos olhos com colírio para que se veja. Faz-se necessário que se tenha, novamente, a visão espiritual. Como se obtém esta visão? Mediante a unção com colírio. Que é esta unção com colírio? O colírio é uma substância líquida que é colocada nos olhos para aliviar ou curar alguma inflamação, alguma dor. O colírio era, desde a época da redação do Novo Testamento (e mui especialmente em Laodicéia, que se notabilizara por este tipo de tratamento), passado sobre os olhos, portanto, à maneira da unção. O colírio se apresentava, portanto, como um remédio que não só curaria a doença, como também traria alívio e conforto.
- O colírio aqui é uma figura do Espírito Santo. Só Ele pode devolver a visão ao pecador, que está cego por ação do deus deste século e não consegue ver o reino de Deus (II Co.4:4). O Espírito Santo convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8) e o homem, então, pode ver o reino de Deus (Jo.3:3), percebendo que se trata de um incrédulo, de um injusto e que o deus deste século não passa de um condenado que aguarda a execução de sua sentença. Ao ter esta visão, o homem se arrepende dos seus pecados, crê em Jesus e nasce de novo, passando, então, a ter visão espiritual, vindo para a luz e se nela andar, tendo comunhão com os demais filhos de Deus, estará sempre sendo purificado pelo sangue de Cristo até aquele grande dia (I Jo.1:7). Para deixar a “mornidão espiritual’, é preciso dar ouvidos ao Espírito Santo e seguir a Sua direção.
- O quarto conselho de Jesus aos “mornos espirituais” é que sejam zelosos e se arrependam dos seus pecados (Ap.3:19). “Ser zeloso” ou “ser diligente” é “ser fervoroso”, ou seja, exatamente o contrário de “ser morno”. É “desejar ardentemente”, é “buscar”, é ser leal de modo intenso, em outras palavras, é não cessar de buscar a Deus, de se aproximar dele. É procurar se encher do Espírito, ter uma vida espiritual plena. É pensar nas coisas que são de cima (Cl.3:1,2). Mas, para que isto aconteça, é indispensável que haja arrependimento dos pecados, ou seja, que os pecados sejam confessados e não voltem mais a ser praticados. Trata-se de uma mudança de vida, de uma conversão.
- A convivência com o pecado, a tolerância com o pecado, a admissão de uma vida de “pecadinhos”, de “imperfeições”, a manutenção de uma vida dupla, uma vida de hipocrisia, com uma aparência externa de serviço a Deus e de uma vida escondida de pecado e iniqüidade jamais poderá fazer com que a pessoa se liberte da “mornidão espiritual”. A convivência com o pecado é um obstáculo intransponível para o retorno à comunhão com Deus (Is.59:1,2).
- O quinto conselho de Cristo para os “mornos espirituais” é o da convivência com o Senhor. O “morno espiritual” deixou Jesus fora de sua vida. O Senhor está à porta e bate, porque Se encontra do lado de fora. Como é triste deixar Jesus fora da nossa existência! Mas, quem quiser sair da “mornidão espiritual”, precisa pôr Jesus dentro de sua casa, ou seja, precisa não mais viver, mas permitir que Cristo viva nele (Gl.2:20). Como é maravilhoso quando suprimimos o nosso “eu” e deixamos Jesus entrar e cear conosco e nós com Ele. como é bom não mais viver, mas deixar que Cristo viva em nós. Que nosso comportamento seja como os dos discípulos que estavam no caminho de Emaús: “Fica conosco, Senhor, porque já é tarde, e já declinou o dia.” (Lc.24:29a). Que nossa oração seja a oração do poeta sacro O. Mota: “Breve a noite desce, noite de Emaús e meu ser carece de Te ver, Jesus. Companheiro amigo, ao meu lado vem. Fica, ó Deus, comigo, infinito Bem” (4ª estrofe do hino 419 do hinário Salmos e Hinos).
- Se for superada a “mornidão espiritual”, o Senhor, que não lembra das iniqüidades (Hb.10:17), fará com que aqueles que eram mornos e retomaram a sua caminhada espiritual, juntamente com aqueles que sempre estiveram fiéis, reinem com Ele, assentando-se no próprio trono do Senhor, à direita do Pai, com a plenitude da glória. Compartilhar a glória de Deus, ser um só com o Senhor, isto é o que está reservado para todos aqueles que abandonarem a “mornidão espiritual”. Como comparar as coisas fúteis desta vida com o que está prometido por aquele que é a testemunha fiel e verdadeira? Como trocar esta convivência eterna com quem tanto nos ama por prazeres passageiros, por “neobesteiras pentecostais”, por uma vida de hipocrisia e engano? 
- Mesmo que tenhamos de pagar um preço por esta manutenção do aquecimento espiritual, devemos ter a mesma perspectiva que tinha o apóstolo Paulo, que dizia: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm.8:18). Querido(a) irmão (ã), não temos como comparar o que nos está reservado, pois, como dizem os poetas sacros Jonathan Bush Atchinson e Otis F, Presbrey, numa visão assaz otimista, “metade da glória celeste, jamais se contou ao mortal” (segunda parte da estrofe do hino 625 da Harpa Cristã). Sejamos fervorosos, porque os mornos lá não hão de entrar. Amém!

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