Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

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Examinando Nosso Arrependimento - Thomas Watson

>> sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

 
Se alguém diz que se arrependeu, desejo que examine-se a si mesmo, seriamente, por meio dos sete... efeitos do arrependimento delineados pelo apóstolo em 2 Coríntios 7.11.

1. Cuidado. A palavra grega significa uma diligência intensa ou um esquivar-se atento de todas as tentações ao pecado. O homem verdadeiramente arrependido foge do pecado como Moisés fugiu da serpente.

2. Defesa. A palavra grega é apologia. O sentido é este: embora tenhamos muito cuidado, podemos cair no pecado devido à força da tentação. Ora, nesse caso, o crente arrependido não deixa o pecado supurar em sua alma; antes, julga a si mesmo por causa de seu pecado. Derrama lágrimas perante o Senhor. Clama por misericórdia em nome de Cristo e não O deixa, enquanto não obtém o seu perdão. Assim, em sua consciência, ele é defendido da culpa e se torna capaz de criar uma apologia para si mesmo contra Satanás.

3. Indignação. Aquele que se arrepende levanta o seu espírito contra o pecado, assim como o sangue de alguém sobe quando ele vê um indivíduo a quem odeia mortalmente. A indignação significa ficar importunado no coração por causa do pecado. O penitente sente-se inquieto consigo mesmo. Davi chamou a si mesmo de “ignorante” e “irracional” (Sl 73.22). Agradamos mais a Deus quando arrazoamos com nossa alma por conta do pecado.

4. Temor. Um coração sensível é sempre um coração que teme. O penitente sentiu a amargura do pecado. Este vespa o ferrou, e agora, tendo esperança de que Deus está reconciliado, ele teme se aproximar novamente do pecado. A alma penitente está cheia de temor. Tem medo de perder o favor de Deus, que é melhor do que a vida, e receia que, por falta de diligência, fique aquém da salvação. A alma penitente teme que, depois de amolecido o seu coração, as águas do arrependimento sejam congeladas, e ela seja endurecida no pecado novamente. “Feliz o homem constante no temor de Deus” (Pv 28.14)... Uma pessoa que se arrependeu teme e não peca; uma pessoa que não tem a graça de Deus peca e não teme.

5. Desejo intenso. Assim como o bom tempero estimula o apetite, assim também as ervas amargas do arrependimento estimulam o desejo. O que o penitente deseja? Ele deseja mais poder contra o pecado, bem como ser livre deste. É verdade que ele está livre de Satanás; mas anda como um prisioneiro que escapou da prisão com algemas nas pernas. Ele não pode andar com liberdade e destreza nos caminhos de Deus. Deseja, portanto, que as algemas do pecado sejam removidas. Ele quer ser livre da corrupção. Clama nas mesmas palavras de Paulo: “Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). Em resumo, ele deseja estar com Cristo, assim como tudo deseja estar em seu devido lugar.

6. Zelo. Desejo e zelo são colocados lado a lado a fim de mostrar que o verdadeiro desejo se manifesta em esforço zeloso. Oh! como o crente arrependido se estimula nas coisas pertinentes à salvação! Como se empenha para tomar por esforço o reino de Deus (Mt 11.12)! O zelo incita a busca pela glória. Ao se deparar com dificuldades, o zelo é encorajado pela oposição e sobrepuja o perigo. O zelo faz o crente arrependido persistir na tristeza santa mesmo diante de todos os desencorajamentos e oposições. O zelo desprende o crente de si mesmo e leva-o a buscar a glória de Deus. Paulo, antes de sua conversão, era enfurecido contra os santos (At 26.11). Depois da conversão, ele foi considerado louco por amor a Cristo: “As muitas letras te fazem delirar!” (At 26.24). Paulo tinha zelo e não delírio. O zelo causa fervor na vida espiritual, que é como fogo para o sacrifício (Rm 12.11). O zelo é um estímulo para o dever, assim como o temor é um freio para o pecado.

7. Vindita [nota minha: Vingança, represália, retaliação]. Um crente verdadeiramente arrependido persegue os seus pecados com uma malignidade santa. Busca a morte dos pecados como Sansão queria vingar-se dos filisteus pelos seus dois olhos. O crente arrependido age com seus pecados da mesma maneira como os judeus agiram com Cristo. Ele lhes dá fel e vinagre para beberem. Crucifica as suas concupiscências (Gl 5.24). Um verdadeiro filho de Deus busca a ruína daqueles pecados que mais desonram a Deus... Com o pecado, Davi contaminou o seu leito; depois, pelo arrependimento, ele inundou seu leito com lágrimas. Os israelitas pecaram pela idolatria e, posteriormente, viram como desgraça os seus ídolos: “E terás por contaminados a prata que recobre as imagens esculpidas e o ouro que reveste as tuas imagens de fundição” (Is 30.22)... As mulheres israelitas que haviam se vestido à moda da época e, por orgulho, tinham abusado do uso de seus espelhos ofereceram-nos depois, tanto por zelo como por vingança, para o serviço do tabernáculo de Deus (Êx 38.8). Com o mesmo sentimento, os mágicos... quando se arrependeram, trouxeram seus livros e, por vindita, queimaram-nos (At 19.19).

Estes são os benditos frutos e resultados do arrependimento. Se os acharmos em nossa alma, chegamos àquele arrependimento do qual nos arrependeremos (2 Co 7.10).

Extraído de The Doctrine of Repetance, reimpresso por The Banner of Truth Trust.
Traduzido por: Wellington Ferreira

Autor: Thomas Watson - Nascido em 1620, Thomas Watson estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Entre suas principais obras, estão o seu famoso Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), publicado postumamente em 1692.
 

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Tamanho é documento para Deus?

Por Mauricio Zágari

É notório que, no imaginário popular do evangélico brasileiro, uma igreja abençoada por Deus é uma igreja enorme. Cheia. De preferência, lotada. Com montes de departamentos, atividades, grupos disso e daquilo, ministérios mis e cheias de bons dizimistas. Quem entra nesses maracanãs da fé costuma achar que ali é a sucursal do Céu, pois tudo é grande, os projetos são ousados, o lance é arrebentar o inferno, mergulhar no oceano do Espirito, ter um grupo de louvor (ou mais de um) com CD gravado, um coral de 300 vozes (por que não 500?), grupo de dança, teatro, evangelismo e vamos que vamos! Só que, para mim, Deus não está nem aí para esse tipo de igreja. E explico por quê.
O Senhor não suporta arrogância e orgulho. A Biblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). e que “Os arrogantes não são aceitos na tua presença” (Sl 5.5); “O Senhor preserva os fiéis, mas aos arrogantes dá o que merecem” (Sl 31.23); “Embora esteja nas alturas, o Senhor olha para os humildes, e de longe reconhece os arrogantes” (Sl 138.6).
A Bíblia deixa claro que humildade é uma das características que o Criador mais preza nas suas criaturas. Pois demonstra que elas sabem quem são diante da grandeza do Rei e que têm compreensão de sua natureza: pó. Ocorre que, se você observar com muita atenção, na grande maioria das vezes, líderes e outras pessoas ligadas aos diferentes ministérios dessas megamáquinas da fé são pessoas extremamente arrogantes. Se acham especiais – afinal, Deus as ” abençoou” com tamanho, com quantidade.
Já tive a oportunidade de observar às vezes simples líderes de juventude de megaigrejas se comportarem como os manda-chuvas do pedaço, exigindo tratamento diferenciado, destratando pessoas. Arrogância pura. Causada por o quê? Pelo pensamento equivocado de que “se Deus me pôs à frente de um trabalho tão grandioso, com tantas pessoas sob meu comando, eu devo ser algo especial”. Ao que a Biblia responde: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda” (Pv 16.18).
Quem conhece os bastidores desses Taj Mahals da fé sabe ainda que muitas vezes há pecados relacionados a dinheiro nas coxias dessas megaestruturas. Em impérios eclesiásticos, os olhos crescem. A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida inundam corações outrora puros. Que me perdoem os Mike Murdocks e os Morris Cerullo da vida, mas ter muito dinheiro à mão, acredite, é uma desgraça para o cristão. Pois ele perde o senso de dependência de Deus, torna-se abusador, gasta mais do que precisa, esbanja. O cofre da igreja torna-se acessível a qualquer momento e como “o líder merece, afinal rala tanto por aquela igreja”, sente-se à vontade para sacar, alem de seu justo salário, quanto e quando quiser daquela conta corrente descontrolada. E sem meias-palavras? Isso é pecado.
É pecado pois esse dinheiro não pertence ao líder, mas a Deus. E deve ser investido nas coisas de Deus e não em benefícios para o líder e sua vida pessoal. Entenda isso: o líder de uma igreja é servo. E um servo não é dono da casa de seu senhor. Muito menos do dinheiro dele. Os que lançam mão daquilo que não é seu… bem, precisa dizer o nome que se dá a isso?
Essas megaigrejas se tornam fábricas de ex-bons cristãos: homens e mulheres de Deus que começaram suas caminhadas de fé de joelhos e na simplicidade mas que acabam se corrompendo. Se formos pensar apenas nessas igrejas que se destacam porque fazem música que ganha fama, lançam CDs e DVDs e vão a programas de auditório na TV, veremos pequenos servos de Deus que viraram artistas profissionais gospel movidos a cachê, a glamour, que passaram a amar dar autógrafos. Alisam ou arrepiam os cabelos, usam roupas moderninhas e “ministram” com uma estética que me lembra Elvis Presley Aliás, voltando um pouco atrás… que piada: cristãos que amam dar autógrafos. Tive que rir desse pensamento.
Mas o pior mesmo são os pastores que se perdem pelo meio do caminho. Pregadores que antes eram devotados a Cristo, homens de joelhos calejados e olhos marejados, homens de Deus humildes e simples que tornam-se vaidosos porque suas igrejas viraram arranha-céus da fé. Refratários a críticas. Acham que o seu jeito é o jeito certo pois, afinal, suas igrejas estao cheias e são enormes e se esquecem de que a quem muito foi dado muito será cobrado. Organizam eventos faraônicos. Compram canais de TV. E quando menos se espera deixarm de se preocupar com oração, jejum e vigílias para se devotar a empréstimos em bancos, asinaturas de documentos e negociatas com políticos.
Começa então a prostituição. O desejo por ter sempre mais leva muitos dos líderes desses palácios eclesiásticos a buscar qualquer forma de associação que lhes permita ganhar mais e mais. Associam-se ao poder político. Entram na maçonaria. Assinam contratos com gravadoras seculares. Fecham acordos com emissoras de TV pagãs. Quando nos damos conta, o monstro está tão grande que se torna uma besta descontrolada – e lá no meio, perdido em algum canto obscuro, empoeirado e esquecido, fica um tal de Jesus de Nazaré, olhando em volta e tentando dizer “ei… alguem aí se lembra de mim?”.
É por isso que acredito piamente que Deus não está nem aí para esse tipo de igreja. Que Deus ignora megaestruturas. Ignora megaeventos. Há mesquitas muçulmanas enormes. Templos budistas palacianos. Centros de umbanda que ocupam quarteirões inteiros. Grande coisa. Para o Senhor, pés-direitos altos são irrelevantes. Grandes torres, muitos bancos, milhões de decibeis de uma aparelhagem de som importada… tudo lixo no Reino de Deus. E imagino Jesus se perguntando “pra que isso tudo mesmo”? Ah sim, tem a questão da vaidade…
Nem toda megaigreja vira uma fria mansão vazia de espiritualidade. Nem todo líder de um palácio da fé se corrompe. Mas a experiência mostra que isso só acontece com poucos. Pois o ser humano se impressiona com tamanhos e grandes números. Isso é inegável. E tamanhos e números são um convite à vaidade. E a vaidade é o caminho mais curto para a ruína de uma alma.
Igrejas não precisam ser cheias. Precisam ser Igreja. Cristo não precisa de um megaevento por ano em palcos suntuosos, mas de pequenos cultos semanais em igrejinhas onde haja corações derramados. Os poucos membros têm de ser fieis. Têm de cumprir o que na raiz significa “Igreja”: ser eclésia, os chamados para fora do mundo, do pecado, de uma vida de vaidades, orgulho, arrogância e outros pecados fáceis de converter corações puros em soberbos. Jesus quer pessoas bem discipuladas, Ele disse isso em Mt 28.19, quando falou “vão e façam discípulos”. E você acha que Ele estava se referindo a quê? Jesus não disse “vão e encham igrejas”, ou “vão e criem monstros da fé que se achem acima do bem e do mal”. Jesus quer igrejas com homens e mulheres de Deus que entregariam seus peitos à espada e os pescoços aos leões alegremente para não negar Cristo. Só. Pois esse ato já diria tudo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

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A Confusão Evangélica Diante do Antigo Testamento

Por Luiz Sayão

A igreja evangélica brasileira é uma das mais dinâmicas e criativas do mundo. Por essa razão seu crescimento tem sido extraordinário. Todavia, uma igreja jovem e efervescente tem dificuldades de doutrinar e discipular seus novos membros. Essa é uma realidade na igreja brasileira.
É notório que o uso do Antigo Testamento na prática e na liturgia eclesiástica brasileira tem crescido de maneira substancial. Principal no contexto do louvor e da adoração a ênfase vétero-testamentária é mais do que expressiva. E como percebeu Lutero, a teologia de uma igreja está em seus hinos. Afinal, o que está acontecendo? Para onde estamos indo?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o Antigo Testamento representa um fascínio para o povo brasileiro. É repleto de histórias concretas, circunscritas na vida real do povo, no cotidiano de gente comum. É muito mais fácil emocionar-se com uma narrativa como a de Jonas ou de Davi do que acompanhar o argumento de Paulo em vários textos de Romanos. Além disso, o povo brasileiro tem pouca história e raízes muito recentes. O Antigo Testamento, com a rica história do povo de Israel, traz uma espécie de identificação com o povo de nosso país. Talvez isso explique porque tantos brasileiros evangélicos queiram ou procurem ser mais judeus. Em terceiro lugar, devemos considerar a realidade de que a igreja evangélica brasileira quase não tem símbolos ou expressão artística. A maioria dos símbolos cristãos históricos (catedrais, cruzes, etc.) tem identificação católica na realidade nacional. Assim, os evangélicos buscam símbolos para expressar sua fé, e acabam geralmente escolhendo símbolos judaicos ou vétero-testamentários (menorá, estrela de Davi, e etc.).
Este encontro brasileiro-judaico tem muitas facetas positivas: Retomamos uma alegria comemorativa da fé, trazemos a verdade espiritual para a realidade concreta, dificilmente teremos uma igreja anti-semita, enxergamos necessidades sociais e políticas pela força do Antigo Testamento. Todavia, também estamos andando em terreno perigoso e delicado. Algumas considerações são importantes para que a igreja brasileira não perca o rumo por problemas de ordem hermenêutica. Aqui vão algumas sugestões:
1. Nem todo texto bíblico do Antigo Testamento pode ser visto como normativo
A descrição da vida de um servo de Deus do Antigo Testamento não é padrão para nós sempre. Quando Abraão mente em Gênesis, a descrição do fato não o torna uma norma. A poligamia de Salomão, a mentira das parteiras no Egito e o adultério de Davi não podem servir de desculpas para os nossos pecados.
2. Não podemos cantar todo e qualquer texto do Antigo Testamento
É preciso observar quem está falando no texto bíblico. Sem observarmos quem fala, tiraremos conclusões enganosas. Isso é fundamental para se entender o livro de Eclesiastes. No caso de Jó 1.9-10, por exemplo, temos registradas as palavras de Satanás. Isto é fato até no caso do Novo Testamento (veja Jo 8.48).
3. Devemos ensinar que muito da teologia do Antigo Testamento foi superada pelo Novo Testamento
Jesus deixou claro que estava trazendo uma mensagem complementar e superior em relação à antiga aliança. Se não entendermos isto, voltaremos ao legalismo farisaico tão questionado por nosso Senhor. Textos como Números 15.32-36 revelam um exemplo daquilo que não tem mais valor na prática da nova aliança. Todos os elementos cerimoniais da lei não podem mais fazer parte da vida da igreja cristã, pois apontavam para a realidade superior, que se cumpre em Cristo (Cl 2.16-18). Sábados, festas judaicas, dias sagrados, sacrifícios e outros elementos cerimoniais não fazem parte da prática cristã neo-testamentária.
4. Antes de pregar ou cantar um texto do Antigo Testamento é preciso entendê-lo
Nem sempre é fácil entender um texto do Antigo Testamento. Muitos textos precisam ser bem estudados, compreendidos em seu contexto e em sua limitação circunstancial e teológica. Veja por exemplo o potencial destruidor do mau uso de um texto como o Salmo 137.9. Se o intérprete não entender que o texto fala da justiça retributiva divina dada aos babilônios imperialistas, as crianças da igreja correrão sério perigo!
5. Devemos ensinar que vingança e guerra não são valores cristãos
Jesus ordenou que devemos amar até mesmo aqueles que nos odeiam. A justiça imprecatória não faz parte da teologia do Novo Testamento. Há vários salmos que dizem isso, mas tal realidade compreende-se no contexto do Antigo Testamento e não pode ser praticada na igreja cristã. Não podemos cantar “persegui os inimigos e os alcancei, persegui-os e os atravessei” (Sl 18.37.38), quando o Senhor Jesus ordena que devemos perdoar e amar os nossos inimigos (Mt 5.44-45). Hoje já existe até gente “amaldiçoando” outros em nome de Jesus! Teremos o surgimento de uma “violência cristã”?
6. Enfatizemos a verdade de que a adoração do Novo Testamento é superior
O Novo Testamento nos ensina que a adoração legítima independe de lugar, de monte, de cidade e de outros elementos materiais (Jo 4). Jesus insiste em afirmar que Deus procura quem “o adore em Espírito e em verdade”. A tradição evangélica sempre louvou a Deus por seus atos e atributos. Atualmente estamos cada vez mais enfatizando “o monte santo”, “a cidade sagrada”, “a casa de Deus”, “a sala do trono”. Nós somos o “templo de Deus”. Os elementos materiais pouco importam na adoração genuína. É preciso retomar o caminho correto.
7. Devemos ensinar que ser judeu não torna ninguém melhor do que os outros
Alguns evangélicos entendem que “ser judeu” ou “judaizado” os torna de alguma forma “espiritualmente melhor”. O rei Manassés, Anás e Caifás eram judeus! Já há quem expulse demônios em hebraico! Em Cristo, judeus e gentios são iguais perante Deus. Na verdade “não há judeu nem grego” (Gl 3.28) na nova aliança. A igreja cristã já pecou por seu anti-semitismo do passado. Será que irá pecar agora por tornar-se judaizante? Devemos amar judeus e gentios de igual modo. Além disso, podemos e devemos ser cristãos brasileiros. Não precisamos nos tornar judeus para ter um melhor “pedigree” espiritual.
 
Fonte: Blog Fiel

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Pastor é o Ungido do Senhor?

>> quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Quando o assunto é pastor há uma unanimidade quase insana da parte da massa evangélica ignara, de que o pastor é “o ungido do Senhor” e que sob nenhuma circunstância deve-se questionar a sua autoridade. Mas o que é unção?

No Velho Testamento a unção era um ato específico dado por Deus a uma pessoa escolhida para a execução de uma determinada missão, e podia ser retirada a qualquer momento, assim como foi com Saul, quando o Espírito de Deus afastou-se dele, e sobre ele veio um espírito maligno. 1 Sm. 16:14 “Tendo-se retirado de Saul o Espírito do SENHOR, da parte deste um espírito maligno o atormentava.” Em Is. 45:1 está escrito: “Assim diz o SENHOR ao seu Ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão”.A unção era dada a quem era e a quem não era servo de Deus, conforme vimos no texto de Isaias. Deus ungia quem bem queria para que sua vontade fosse realizada e a história da salvação seguisse seu curso normal. Ciro era um rei pagão e nunca adorou ao Senhor. Entretanto foi ungido por Deus para libertar o povo de Israel para voltarem para sua terra.

Ungir, segundo o Dicionário da Bíblia de Almeida, é: “Pôr azeite na cabeça de uma pessoa. Profetas foram ungidos{#1Rs 19.16},”Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.” Sacerdotes também o foram {#Êx 30.30}”Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para me administrarem o sacerdócio.” E reis também tiveram o óleo derramado sobre suas cabeças para serem ungidos {#1Sm 16.1-13}”ENTÃO disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.(1)… (13)Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.”


Eram ungidos, portanto, quem Deus bem queria e entendia.

Tanto “o Cristo” (grego) como “o Messias” (hebraico) querem dizer “o Ungido”, um dos títulos de Jesus, a quem Deus escolheu para ser o Salvador da humanidade {#Jo 1.41;}” Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). {At 4.26-27}.”Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;” O Ungido do Senhor não é outro, senão Jesus Cristo o filho de Deus.

O Dicionário da Bíblia de Jonh Davis reafirma que as palavras Messias e Cristo significam “o ungido”.No texto de Lucas 4:18 assim está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.”

O texto em epígrafe não se aplica ao pastor e sim exclusivamente a Jesus Cristo conforme citação do Novo Dicionário de teologia do Novo Testamento, vol. IV, pg. 677 onde se lê: “Em passagens como Is 61:1″ O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; ” e Ez 16:9, “Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo,” a unção deve ser entendida metaforicamente, sendo que, em Israel, a unção ritual era apenas disponível para reis e sacerdotes. Is 61:1 deve ser entendido como autoridade. No NovoTestamento (Lc 4:18) este texto é aplicado a Jesus: Ele foi o ungido por Deus para ser o profeta prometido.”

Atos 4:26 “Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido;”Comentando este versículo, I. Howard Marshall em seu comentário ao livro de Atos p104, afirma que,”O emprego do termo ungido (i.é Messias) tornou inescapável à aplicação a Jesus”.


Então, como fica o pastor nesta história?

A unção de Deus é universal, ou seja, recai sobre todos. Em I João 2:20 lemos:” E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento.” No versículo 27 assim escreve o apóstolo:” Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.” O texto é mais do que explícito. Todos somos ungidos e todos nós somos sacerdotes do Senhor conforme está escrito na 1 de Pedro 2:5 “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” No verso :9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

Portanto, Pastor, Bispo, Presbítero e etc, não é unção com a conotação dada pelos reverendíssimos e, sim, dom do Espírito Santo de Deus. É comissionamento, é chamado. Diante do exposto, não vejo onde está esta unção especial defendida e requerida pela maioria dos pastores, principalmente os da linha pentecostal e neopentecostal.

Na carta escrita aos Efésios 4:11 o apóstolo Paulo diz que “ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.”Notaram no início do versículo o “ele mesmo concedeu”? Em Mateus 22:29, Jesus diz: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” e ainda em Marcos 12:24 “Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?”

Defender portanto esta doutrina esdrúxula de que o pastor é o ungido do Senhor, e que é um ser inatacável, e intocável é induzir o irmão ao erro. Não defendo aqui a desobediência ou rebeldia contra o pastor. Não é esse o objetivo deste artigo, mas sim o de demonstrar que nós os cristãos devemos seguir o exemplo dos crentes de Beréia que conferiam se tudo que lhes estava sendo ensinado, se coadunava com os ensinos bíblicos.

A palavra de Deus nos ensina que qualquer um que comete erro é digno de repreensão. Paulo em sua carta aos Gálatas no capítulo 2:11-14 repreendeu a Pedro publicamente por estar se portando de maneira errada.”E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” O ensino bíblico coloca a todos em pé de igualdade. Ninguém é superior a ninguém. Jesus ensinou que aquele que quisesse ser o maior, fosse o menor.Não permitamos que teologias canhestras venham minar o nosso relacionamento com Deus, a igreja e nossos irmãos.

Todo pastor que anda consoante os ensinos neotestamentário é digno de honra bem como qualquer membro comum da igreja. Todos são dignos de honra. O membro não pode nem deve se colocar contra o pastor por discordar de algum pensamento seu, pois o pensar é livre e direito de todos. De igual modo o pastor não pode e nem deve perseguir o membro de sua congregação, chegando às vezes a expulsa-lo por discordar de um pensamento seu. Somos livres para tomar nossas decisões e libertos por Jesus para sermos realmente livres com o conhecimento da verdade.”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”(Jo 8:32)

Há que se ter bom senso, tolerância e acima de tudo amor uns com os outros.

Em sua primeira carta aos Coríntios o apóstolo Paulo afirma:”AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” O amor é a solução para toda sorte de problemas que enfrentamos nas nossas igrejas. O apóstolo Paulo em sua I carta aos Coríntios 13:13 diz:” Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” Recomendo a leitura de todo o capítulo 13 desta carta com o firme desejo de que essa leitura surta efeito na vida de , todos nós.Certamente que este assunto não se esgota nestas poucas linhas, mas com certeza servirá para trazer um pouco de luz sobre o assunto. Assim espero!

E Deus me ajude que eu não seja excomungado pelo que escrevi! (comentário do autor)
***
Comentário do Blog 'Servos do Senhor': Muitos assuntos polemizados pelo homem acerca da Bíblia, do Evangelho merecem profundos momentos de leitura e meditação, contudo, a meu ver, o texto acima aborda de maneira muito feliz a forma como penso sobre o tema 'Unção". É importante, antes de mais nada, levar em consideração que a Palavra deve ser usada como o maior fundamento para as nossas opiniões. Não fui o autor do texto acima, mas concordo com praticamente tudo o que expôs. Deus te abençoe.


Não se ESQUEÇA das Palavras de Nosso Mestre - O maior dentre vós será vosso servo




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Só Conhecimento não basta

Por Jonathan Edwards

Não importa quanto as pessoas possam saber sobre Deus e a Bíblia, isto não é um sinal certo de salvação. O diabo antes de sua queda, era uma das mais brilhantes estrelas da manhã, uma labareda de fogo, um que excedia em força e sabedoria. (Isaías 14:12, Ezequiel 28:12-19).

Aparentemente, como um dos principais anjos, Satanás conhecia muito sobre Deus. Agora que ele está caído, seu pecado não tem destruído suas memórias de antes. O pecado destrói a natureza espiritual, mas não as habilidades naturais, tais como a memória. Que os anjos caídos têm muitas habilidades naturais pode ser visto em muitos versos da Bíblia, por exemplo, Efésios 6:12. "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". No mesmo modo, a Bíblia diz que Satanás é "mais astuto" do que os outros seres criados. (Gênesis 3:1, também 2 Coríntios 11:3, Atos 13:10) Portanto, podemos ver que o Diabo sempre teve grandes habilidades mentais e que é capaz de conhecer muito sobre Deus, sobre o mundo visível e invisível, e sobre muitas outras coisas.

Visto que sua ocupação no princípio era ser um anjo principal diante de Deus, é somente natural que compreender estas coisas sempre tenha sido de primeira importância para ele, e que todas suas atividades tenham a ver com estas áreas de pensamentos, sentimentos e conhecimento. Porque era sua ocupação original ser um dos anjos diante da própria face de Deus e porque o pecado não destrói a memória, é claro que Satanás conhece muito mais sobre Deus do que qualquer outro ser criado. Depois da queda, podemos ver de suas atividades como a tentação, etc., (Mateus 4:3) que ele tem gastado seu tempo para aumentar seu conhecimento e suas aplicações práticas. Que o seu conhecimento é grande pode ser visto em quão enganador ele é quando tenta as pessoas. A astúcia de suas mentiras mostra quão sagaz ele é. Certamente não poderia manejar tão bem suas ludibriações sem um conhecimento real e verdadeiro dos fatos.

Este conhecimento de Deus e de Suas obras é desde o princípio. Satanás existia desde a Criação, como Jó 38:4-7 mostra: "Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?" Assim, ele deve conhecer muito sobre a maneira como Deus criou o mundo, e como Ele governa todos os eventos do universo. Além do mais, Satanás viu como Deus desenvolveu Seu plano de redenção no mundo; e não como um inocente espectador, mas como um inimigo ativo da graça de Deus. Ele viu Deus trabalhar nas vidas de Adão e Eva, em Noé, Abraão, e Davi. Ele deve ter tomando um especial interesse na vida de Jesus Cristo, o Salvador dos homens, a Palavra de Deus encarnada. Quão próximo prestou atenção a Cristo? Quão cuidadosamente ele observou Seus milagres e ouviu Suas palavras? Isto é o porque Satanás se pôs contra a obra de Cristo, e foi para o seu tormento e angústia que Satanás assistiu a obra de Cristo desvelada com sucesso.

Satanás, então, conhece muito sobre Deus e sobre a obra de Deus. Ele conhece o céu em primeira mão. Ele conhece o inferno também, com conhecimento pessoal como sua principal residência, e tem experimentado seus tormentos por todos estes milhares de anos. Ele deve ter um grande conhecimento da Bíblia: pelo menos, podemos ver que ele conhecia o suficiente para ver se conseguia tentar nosso Salvador. Além do mais, ele tem tido anos de estudo dos corações dos homens, seus campo de batalha onde ele luta contra nosso Redentor. Quanto labores, esforços, e cuidados o Diabo usou através dos séculos a medida que ludibriava os homens. Somente um ser com seu conhecimento e experiência sobre a obra de Deus, e sobre o coração do homem, portanto, poderia imitar a verdadeira religião e transformar-se em um anjo de luz. (2 Coríntios 11:14) Portanto, podemos ver que não há nenhuma quantidade de conhecimento sobre Deus e religião que poderia provar que uma pessoa tem sido salva de seu pecado. Um homem pode falar sobre a Bíblia, Deus, e a Trindade.

Ele pode ser capaz de pregar um sermão sobre Jesus Cristo e tudo que Ele fez. Imaginem, alguns podem ser capazes de falar sobre o caminho da salvação e a obra do Espírito Santo nos corações dos pecadores, talvez até mesmo mostrar a outros como se tornarem Cristãos. Todas estas coisas podem edificar a igreja e iluminar o mundo, todavia, não é uma prova certa da graça de Deus no coração de uma pessoa.

Pode também ser visto que as pessoas meramente concordarem com a Bíblia não é um sinal certo de salvação. Tiago 2:19 mostra que os demônios realmente, verdadeiramente, crêem na verdade. Da mesma forma que eles crêem que há um só Deus, eles concordam com toda a verdade da Bíblia. O diabo não é um herético: todos os artigos de sua fé estão firmemente estabelecidos na verdade.

Deve ser entendido que, quando a Bíblia fala sobre crer que Jesus é o Filho de Deus, como uma prova da graça de Deus no coração, a Bíblia tenciona dizer não um mero concordar com a verdade, mas outro tipo de crença. "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido". (1 João 5:1) Este outro tipo de conhecimento é chamado "a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade". (Tito 1:1) Há um acreditar espiritual na verdade, o que será explicado mais tarde.

Fonte:  Jonathan Edwards

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A estratégia do devorador: Teologia da Prosperidade


“E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.” (Marcos 10:21)
Em Malaquias 3:10 a bíblia traz um texto dizendo que o devorador vem para roubar o fruto terra. E esse devorador vem por causa de não devolver o que é de Deus. E é claro que quando nós olhamos para este texto achamos que a igreja cumpre seu propósito de pregar a verdade para que o devorador venha ser repreendido. Porém temos vivido nas igrejas algumas influências do pós-modernismo:
  • A busca incessante por ser bem sucedido em bens materiais;
  • Forte apelo para que o dízimo e a oferta e até primícias venham a ser arrecadados;
  • Forte apelo que as pessoas necessitam de um bem financeiro, de “prosperidade” financeira como prova de que Deus está na vida deles.
E com estes apelos alcançando o ego das pessoas que estão em busca de desejos e sonhos de conquistas materiais. E esquecendo que Jesus é a maior necessidade do ser humano, e não um carro novo ou uma casa nova. A maior busca do ser humano se tornou as bênçãos materiais. E a maior prova disso é que as igrejas que pregam que todos que tem Jesus são ricos, prósperos em bênçãos materiais. Estas igrejas querem levantar verdadeiros impérios, porque encontraram um desejo no coração do ser humano, um ídolo que é a busca por riquezas terrenas. Encontrando assim uma forma de manipular o povo para alcançar seus objetivos: impérios religiosos.
Uma coisa eu tenho que falar e deixar bem claro a respeito do devorador: o devorador se converteu! E não se converteu a Jesus, porque aonde ele atua existe maldição; ele se converteu e esta nas igrejas e está usando dos púlpitos para retirar o que ele retirava lá no mundo, usando o ídolo do coração do ser humano e o desejo carnal de satisfazer seu coração com bens e riquezas materiais.
As igrejas montam campanhas, congressos, shows, espectáculos e começam a escravizar as pessoas com algumas atitudes dizendo que nós precisamos ter dinheiro porque senão Deus não está abençoando, Ele não está na sua vida, você precisa participar de todos estes eventos, fazer ofertas de sacrifícios, votos com dinheiro, ofertas exuberantes e tantas outras coisas como pedir casas, carros como prova de que a pessoa acredita naquela promessa de prosperidade. E com isso devorando o frutos da igreja que somos nós, inclusive desequilibrando famílias com heresias, esquecendo do amor que Jesus pregou.
Mas tudo isso aconteceu porque a igreja permitiu mutar-se sua raiz, e trazer mudanças pós-modernas para dentro do evangelho. Conseguindo fazer uso de versículos mal interpretados e fora de contexto para alcançar seus objetivos.
A bíblia diz que nos últimos dias virão pastores que enganarão a muitos, e estes mesmos que enganam fazem declarações que são inquestionáveis porque são líderes, mas estes mesmos e os que o seguem naquele dia ouvirão: – Apartai-vos de mim vós que praticais iniquidades, não vos conheço.
O ser humano tem uma necessidade, e essa necessidade não é suprida pelo dinheiro ou bens materiais. Mas sim pela presença de Deus. Jesus é a maior necessidade de uma pessoa, não é o milagre, não é o dinheiro, não é a prosperidade material, porque somente com Jesus você se completa e tem o vazio da sua vida preenchido.
 

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Hinduísmo: Sua doutrina, vida religiosa e teologia

Por Carlos Chagas

Atenção: Este artigo é uma trascrição literal de um trecho do livro chamado "O livro das Religiões" de Gaarder, Notaker e Hellern exceto pelas figuras. Os méritos são dos autores.

O que é Hinduísmo?


Diferentemente das outras religiões mundiais (budismo, cristianismo e islã), o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a "religião eterna" e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história de abranger novos modos de pensamento e expressão religiosa.

A palavra hinduísta significa simplesmente "indiano" (da mesma raiz do rio Indo), e talvez a melhor maneira de definir o hinduísmo seja dizer que é o nome das várias formas de religião que se desenvolveram na Índia depois que os indo-europeus abriram caminho para a Índia do Norte, de 3 a 4 mil anos atrás. O cristianismo e o judaísmo também têm uma história que se estende por milhares de anos, mas o peculiar no hinduísmo é que todos os seus estágios históricos são visíveis simultaneamente. Apesar de sua complexidade, ainda se pode experimentar o hinduísmo como um todo. Assim, ele já foi comparado a uma floresta tropical, onde várias camadas de animais e de plantas se desenvolvem num grande meio ambiente.

A religião védica

As raízes do hinduísmo podem ser encontradas em algum ponto entre o ano 1500 a.C. e o ano 200 a.C., quando os chamados arianos (isto é, os "nobres") começaram a subjugar o vale do Indo. As crenças dessas pessoas tinham ligação com outras religiões indo-européias, como a grega, a romana e a germânica. Sabemos disso pelos chamados hinos védicos (da palavra Veda, ou seja, "conhecimento"), que eram recitados por sacerdotes durante os sacrifícios a seus muitos deuses. O Livro dos Vedas consiste em quatro coletâneas, das quais certas partes datam de cerca de 1500 a.C.
O sacrifício era importante para o culto ariano. Faziam-se oferendas aos deuses a fim de conquistar seus favores e manter sob controle as forças do caos.

Achados arqueológicos no vale do Indo indicam que houve uma civilização avançada na Índia,anterior à chegada dos indo-europeus, e é certo que essa civilização também contribuiu para o hinduísmo moderno. A época conhecida como período védico tardio, de 1000 a.C. até 500 a.C., marcou uma virada crucial no desenvolvimento religioso da Índia. Importância especial tiveram os Upanishads, que até hoje são os textos hinduístas mais lidos. Foram escritos sob a forma de conversas entre mestre e discípulo, e introduzem a noção de Brahman, a força espiritual essencial em que se baseia todo o universo. Todos os seres vivos nascem do Brahman, vivem no Brahman e ao morrer retornam ao Brahman.

As castas, as vacas e o carma

O hinduísmo moderno compreende uma grande variedade de idéias e formas de culto. Será que os hinduístas têm alguma coisa em comum? Sim. Uma boa definição seria: as castas, as vacas e o carma.

  • O sistema de castas
Todas as sociedades têm várias formas de distinção e estratificação em classes, mas é difícil encontrar um país onde isso tenha sido praticado tão sistematicamente quanto na Índia. Desde os tempos antigos sempre houve quatro classes sociais (a palavra sânscrita empregada évarna, que significa "cor"):

* Sacerdotes (brâmanes);
* Guerreiros;
* Agricultores, comerciantes e artesãos, e
* Servos.

Porém, à medida que a sociedade indiana se desenvolveu, as pessoas foram sendo divididas em novas
castas. No início do século XX havia em torno de 3 mil castas.

Não se sabe como surgiu o sistema de castas, e não há prova definitiva de que se trata de uma evolução do sistema de quatro classes. Seria mais verdadeiro dizer que esse sistema de classes se ajusta bem às castas.

A palavra inglesa caste vem do português casta (feminino de casto, "puro"); o termo usado na Índia é jati, que significa "nascimento" ou "tipo". As castas em geral se associam a profissões especiais. Uma aldeia indiana pode conter de vinte a trinta dessas castas, e com freqüência cada uma ocupa um agrupamento especial de casas. Cada casta tem suas próprias regras de conduta e de prática religiosa, que determinam com quem a pessoa pode se casar, o que ela pode comer, com quem pode se associar e que tipo de trabalho pode realizar. A base religiosa desse sistema é a noção de pureza e impureza. O contraste entre o que é "limpo" e o que é "impuro" permeia todo o hinduísmo. Para um brâmane, tudo o que tenha a ver com as coisas corporais ou materiais é impuro. Se ele se tornou impuro como resultado do nascimento, da morte ou do sexo - ou por meio do contato com um indivíduo "sem casta", ou membro de uma casta inferior -, há diversas maneiras pelas quais ele pode se purificar. O método tradicional mais conhecido de purificação utiliza a água de um dos muitos rios sagrados da Índia, como o Ganges.

As regras que governam a pureza formam a base da divisão de trabalho na comunidade. Certas atividades e certos trabalhos são tão impuros que somente determinadas castas podem realizá-los. Essas castas têm o dever de ajudar os outros grupos a manter sua pureza. Por outro lado, apenas as castas que preencham os requisitos da pureza podem se aproximar dos deuses mais elevados. Para que isso ocorra com mais facilidade, outras pessoas devem ser impuras. Entretanto, todos se beneficiam da limpeza dos "puros", pois todos os hinduístas tiram proveito dos ritos que são praticados.

O sistema de castas deu um contexto à vida do indiano, assim como fez a tribo para o africano. Ser expulso de sua casta é o pior castigo imaginável, e só é usado para os crimes particularmente sérios. O nível mais baixo no sistema de castas é o dos "intocáveis" ou "sem casta" (também chamados "párias"); por exemplo, os criminosos, os lixeiros e os que trabalham curtindo o couro dos animais. Os cristãos e os muçulmanos ficam totalmente fora do sistema de castas.

As complexas regras que controlam o contato social entre as castas eram muito rígidas; mas a Constituição indiana, que entrou em vigor em 1947, introduziu certas medidas para banir a discriminação por casta. Como não basta mudar a legislação para acabar com antigas divisões sociais e religiosas, o sistema de castas continua tendo um papel importante, em especial nas aldeias.
  • A vaca sagrada
A vaca é um animal sagrado na Índia e é adorada durante certas festas religiosas. Isso provavelmente se relaciona com um antigo culto de fertilidade; nos Vedas há hinos à vaca, pois ela supre tudo o que é necessário para sustentar a vida. A vaca se tornou um símbolo da vida, e não é permitido matá-la. Muitos ocidentais têm uma visão bastante negativa desse fato. Segundo eles, as vacas deveriam ser mortas para fornecer alimento à legião de famintos da Índia. Entretanto, considerando o lugar que a vaca ocupa na agricultura indiana, vemos também aspectos positivos: 70% da população vive do cultivo da terra, e há uma grande falta de animais de tração num país em que o trator é pouco difundido. Além disso, o excremento das vacas é útil não só como fertilizante mas também como combustível.

Em termos de culto, a vaca é mais "pura" do que o brâmane. Assim, a pessoa que toca uma vaca está ritualmente limpa. Todos os produtos derivados da vaca - o leite e a manteiga - são utilizados em diversas cerimônias de purificação. Até mesmo o excremento e a urina da vaca são tão sagrados que podem ser usados como agentes de purificação.

Os hinduístas têm outros animais sagrados além da vaca, em especial o macaco, o crocodilo e a cobra. De modo geral, eles não gostam de tirar a vida. Isso transformou muitos hinduístas em vegetarianos e também abriu caminho para o ideal da não-violência, que ficou mais conhecido no Ocidente com a luta de Gandhi para tornar a Índia independente do colonialismo britânico.

  • Carma e reencarnação

Um conceito-chave na filosofia dos Upanishads é que o homem tem uma alma imortal. "Ela não envelhece quando você envelhece, ela não morre quando você morre."

Um hinduísta acredita que, depois da morte de um indivíduo, sua alma renasce numa nova criatura vivente. Pode renascer numa casta mais alta ou mais baixa, ou pode passar a habitar um animal.

Há uma ordem inexorável nesse ciclo que vai de uma existência a outra. O impulso por trás dela, ou que a mantém sempre em movimento, é o karma do homem, palavra sânscrita que significa "ato". Porém, nesse caso, ato se refere a pensamentos, palavras e sentimentos, não apenas a ações físicas.


A idéia de que todas as ações têm conseqüências - e de que essas conseqüências podem aparecer depois da morte - não é, de modo algum, peculiar ao hinduísmo. Aqui, a originalidade está no conceito de que todas as ações de uma vida, e somente elas, formam a base para a próxima. Assim, o carma não é uma punição pelas más ações ou uma recompensa pelas boas. O carma é uma constante impessoal - como uma lei natural.

O hinduísmo não reconhece nenhum "destino cego" nem divina providência. A responsabilidade pela vida do hinduísta no dia de hoje - e por sua próxima encarnação - será sempre dele. O homem colhe aquilo que semeou. Os resultados das ações - ou frutos de uma vida - derivam dessas ações automaticamente. Poderíamos dizer que a transmigração está sujeita à lei da causa e efeito.
Em outras palavras, o que a pessoa experimenta nesta vida em termos de riqueza ou pobreza, alegria ou tristeza, saúde ou doença, é resultado de suas ações numa vida anterior. É desse modo que os hinduístas explicam as diferenças entre as pessoas. A doutrina do carma dá sustentação a um esquema de relações sociais como o sistema de castas.

Embora a pessoa deva se submeter ao carma que herdou de uma vida anterior, ela também exerce o livre-arbítrio no âmbito de sua existência atual. Portanto, o indivíduo sempre pode melhorar seu carma, e assim lançar as fundações para uma vida melhor na próxima encarnação.

Três vias de salvação

Durante o período védico, a doutrina do carma e a da reencarnação eram vistas como algo positivo. Por meio dos sacrifícios e das boas ações, o indivíduo podia garantir que iria viver várias vidas. Mais tarde, o hinduísmo passou a considerar esse ciclo como algo negativo, como um círculo vicioso a ser quebrado.

O hinduísmo não possui uma doutrina clara e não ambígua sobre a salvação que explique de que modo o homem pode escapar do interminável e cansativo ciclo das reencarnações. Dentro do hinduísmo há uma grande quantidade de movimentos e seitas com visões divergentes.

Apesar disso, é possível distinguir três caminhos diferentes para a graça, que exerceram papel relevante na história da Índia - e continuam prevalecendo no hinduísmo moderno. São as Vias do sacrifício, do conhecimento e da devoção.

É importante não pensar que essas vias sejam movimentos religiosos organizados. Trata-se, na verdade, de três tendências principais dentro do hinduísmo. O caminho escolhido pode depender do indivíduo. Mas um hinduísta também pode se inspirar nessas três vias.

A via do sacrifício

Como já vimos, a palavra indiana para "ato" é karma. Hoje ela é usada para denotar todos os atos humanos - ou o resultado coletivo desses atos. No período védico, o termo se referia basicamente a atos religiosos ou rituais, em especial aos atos sacrificiais. Estes eram necessários para incrementar a fertilidade e manter a ordem universal. Esse antigo costume sacrificial, minuciosamente descrito nos Vedas, continua a desempenhar um papel capital no hinduísmo. Fazendo sacrifícios e boas ações, muitos hinduístas tentam obter a felicidade terrena, boa saúde, riqueza e copiosa descendência. Em última análise, o objetivo permanece o mesmo de outras correntes do hinduísmo: libertar-se do círculo vicioso da transmigração do espírito.

A via da compreensão ou do conhecimento


Segundo uma idéia central dos Upanishads, é a ignorância do homem que o amarra ao ciclo da reencarnação. Compreender a verdadeira natureza da existência - o oposto da ignorância - será, portanto, um caminho para a salvação. É apenas quando o homem adquire o reto conhecimento que ele é redimido da implacável roda da transmigração.

O conhecimento que traz a salvação é o de que a alma humana (atmã) e o mundo espiritual (Brahman) são uma coisa só. O atmã é uma parte integrante não só dos seres humanos, mas também se encontra nas plantas e nos animais. Isso é conhecido como panteísmo.

O Brahman é o princípio construtivo do universo, uma força que permeia tudo, uma divindade impessoal. Todas as almas individuais são reflexos dessa única alma universal. E como a lua, que se reflete em muitos lagos. Pode haver um número infinito desses reflexos, mas existe uma só lua.

O homem é libertado da transmigração ao adquirir plena compreensão da unidade entre atmã e Brahman. O objetivo é se dissolver no Brahman, assim como uma gota de chuva se dissolve no mar. O homem tem uma centelha divina em seu interior. E mesmo que ele seja obliterado como indivíduo, sua origem divina permanece e vai se unir novamente com o espírito universal.

A via da devoção


Uma terceira rota para a salvação, proposta que começou a se difundir no Sul da Índia por volta de 600 a.C. e logo se espalhou por todo o subcontinente, é a via da devoção. Já no século III a.C. esse caminho para a graça encontrara sua expressão clássica no Bhagavad Gita, um poema catequético. Essa terceira tendência do hinduísmo é a que predomina na Índia moderna, e o Bhagavad Gita é o livro sagrado que ocupa o lugar supremo na consciência do indiano médio. 

Todas as três vias de salvação se baseiam na doutrina do carma. A via do sacrifício realça o fato de que o homem pode encontrar a salvação agindo de maneira correta ritualmente. As tendências filosóficas com freqüência representam o ponto de vista oposto. Com a ajuda da ascese ou da contemplação, as pessoas procuram suprimir todo carma pessoal - a fim de abandonar o ciclo de uma vez por todas. Sem rejeitar esses caminhos tradicionais para a salvação, o Bhagavad Gita aponta um caminho melhor e mais fácil. Se um homem se dedica a Deus e age desinteressadamente , isto é, sem pensar em ganhos e vantagens, ele será, pela graça de Deus, libertado da transmigração.

O Bhagavad Gita abre o caminho para uma associação mais pessoal com Deus do que os Vedas ou os Upanishads. Ela se caracteriza pelo amor e a devoção (bhakti) do homem para com Deus, num relacionamento eu-tu. Isso não significa que o Bhagavad Gita rejeite o sacrifício ou o conhecimento religioso. Muito pelo contrário - tanto o "sacrifício material" como o "sacrifício da compreensão" são vistos sob uma luz positiva, pois a divindade que recebe o sacrifício é o mesmo Brahman do filósofo. Mas nem os sacrifícios nem os exercícios de ioga devem ser realizados com o intuito de se ganhar algo em troca, pois nem uma coisa nem outra, isoladamente, é capaz de alcançar qualquer resultado. Em última análise, é a misericórdia divina que salva uma pessoa do ciclo - e não seus próprios esforços. Portanto, o caminho mais seguro para a salvação é o bhakti, a devoção a Deus e a crença nele. Outro ponto importante é que todas as pessoas, independentemente de sexo ou casta, podem conseguir a graça se se devotarem a Deus.

Crença divina


A multiplicidade do hinduísmo também se manifesta em seu conceito de Deus. Em sua forma mais filosófica, o conceito hindu de divindade é panteísta. A divindade não é um ser pessoal, mas uma força, uma energia que permeia tudo: os objetos inanimados, as plantas, os animais e os homens. No extremo menos filosófico do espectro há um conceito politeísta, que acredita num grande número de deuses. Quase todas as aldeias têm a sua própria divindade local.



A adoração divina se concentra em dois deuses em particular, ambos com raízes védicas. Um deles é Vishnu. E um deus suave e amigável, normalmente representado como um lindo jovem. Sua maior importância no hinduísmo moderno deriva de seus "avatares" ou revelações, como Rama e Krishna. Especialmente popular é Krishna, adorado como o onipresente senhor do mundo. Costuma ser retratado como um pastor de ovelhas, e suas aventuras eróticas com as pastoras são interpretadas simbolicamente como o amor de Deus pelo homem. O relacionamento de Krishna com sua amada, Rhada, é explicado da mesma maneira. O amor entre os dois, sua separação e reconciliação são uma metáfora para o anseio que a alma sente por Deus e por sua união final com ele.

O outro deus com grande significado para o culto é Shiva. Ele é o deus da meditação e dos iogues, e em geral o retratam como um asceta. E igualmente um deus do desvario e do êxtase, tanto criador como destruidor, o que o torna ao mesmo tempo aterrorizante e atraente. E ele quem traz a doença e a morte, mas é também o que cura. Na devoção bhakti ele é visto como um deus cheio de compaixão, que salva o homem da transmigração.

A filosofia religiosa indiana se baseia na crença num deus eterno, mas não especifica se esse deus é Vishnu, Shiva ou algum outro. Deixa-se a cargo do indivíduo decidir de que maneira esse deus deve ser adorado. Nos círculos acadêmicos é comum ver Vishnu e Shiva formando uma trindade com o deus Brahma. Brahma é o criador, quem faz o mundo. Vishnu é o sustentador, que protege as leis naturais e a ordem universal. E Shiva é o destruidor, que no final de cada época dança sobre o mundo até reduzi-lo a pedaços. Uma vez que isso acontece, Brahma tem de criar o mundo novamente. Assim, essas três personagens, ou "máscaras", representam três aspectos de Deus: o criador, o sustentador e o destruidor. Essa doutrina trinitária, no entanto, tem pouca relevância na devoção popular.

Deusas

O hinduísmo tem uma série de deusas. Alguns adotam a teoria de que essa abundância de deusas não passa da expressão de uma grande e poderosa divindade feminina, a "Rainha do Universo" ou "Deusa-Mãe". Sua manifestação mais conhecida é Kali, a deusa negra, adorada sobretudo no Leste da Índia e a quem se sacrificam animais. O alto status de Kali no mundo dos deuses é evidente pelas imagens que a mostram pisoteando o corpo de Shiva.

A importância das deusas na religião indiana é visível pela escolha da "Mãe Índia" (Bhárata Mata) como a divindade nacional do moderno Estado da Índia. Na cidade de Varanasi há um templo especial que lhe é dedicado. Ali, em vez de uma representação da deusa, está exposto um mapa da Índia.

Divindades menores

A maioria das aldeias tem seu templo dedicado a Vishnu ou a Shiva. Esses deuses se concentram nas questões maiores, universais, e em geral são homenageados nos grandes festivais. Num nível mais terra-a-terra, as pessoas costumam visitar os pequenos templos dedicados a divindades menos importantes. Embora não sejam tão poderosas como Vishnu ou Shiva, é mais fácil se aproximar delas para assuntos de menor importância, tais como problemas pessoais.

Os deuses menores por vezes exercem influência em áreas especiais, por exemplo, em certos tipos de doença. Muitos deles têm origem humana: podem ser heróis que morreram em batalha, ou esposas que se ofereceram para ser queimadas na pira funerária do marido. Alguns deuses são espíritos malignos que foram deixados para trás por homens maus. Ao cultivar esses espíritos como deuses, é possível controlar e neutralizar seu mal.


Vida religiosa


O culto no lar e no Templo


A maioria dos hinduístas devotos têm em casa uma sala ou um canto especial onde põem estampas e esculturas representando um ou mais deuses. Na frente das estampas e imagens costuma haver um pequeno altar para a família celebrar o serviço divino. Em alguns casos isso ocorre diversas vezes por dia; em outros, uma vez por semana, geralmente na sexta-feira.

O culto pode variar de casa para casa, mas com freqüência compreende o sacrifício, a oração, a recitação de textos sagrados e a meditação. Antes de iniciá-lo, é importante estar ritualmente limpo. Quase sempre, um banho purificador é o primeiro passo. Prepara-se então o sacrifício, de acordo com certas regras. Pode-se pôr no altar arroz, frutas ou flores. Feito isso, o adorador se inclina até o chão, com as mãos unidas, diante das imagens divinas. É comum repetir o nome do deus e recitar textos sagrados; porém, também é habitual a oração espontânea, pessoal. Se foram postos frutos diante das imagens, estes serão comidos pela família ou oferecidos às visitas que chegarem.

Não é obrigatório que o hinduísta vá ao templo, mas nos templos há muitos serviços populares, e existe um templo em cada aldeia da Índia. O dia no templo começa com música para despertar os deuses; depois disso, são lavadas as imagens divinas. Durante o dia os deuses são alimentados várias vezes. As pessoas que chegam ao templo rezam para o deus, oferecem sacrifícios de flores e outros presentes, ou escutam a interpretação das escrituras dada pelo sacerdote.

O costume correto


Segundo os hinduístas, o que a pessoa faz é mais importante do que aquilo em que ela acredita. O costume correto é mais importante do que a ortodoxia; o rito religioso é mais importante do que o conteúdo religioso.

Embora a vida religiosa na Índia seja variada e multifacetada, a maioria dos indianos poderia concordar quanto a um darma comum, ou seja, uma lei ou ética comum. Isso não implica uma igualdade entre as pessoas.Darma significa que todas as pessoas têm responsabilidades para com sua família, sua casta e a comunidade como um todo - e que essas responsabilidades, desde o nascimento, variam de um indiano para outro. Tanto no contexto religioso como no social, a homogeneidade que o hinduísmo apresenta está na divisão do trabalho. Assim como o pássaro e o peixe obedecem a leis diferentes, o membro de uma casta segue regras diferentes das que regem outra casta. Dessa forma, o que é bom para um não é necessariamente bom para o outro. A boa moral consiste em adotar os preceitos e deveres de sua própria casta.

Os quatro estágios da vida


O Bhagavad Gita realça o valor das três vias de salvação e ao mesmo tempo destaca que cada pessoa deve cumprir seus deveres para com a família e a comunidade. Mas como conciliar as duas coisas? Desde os tempos antigos a vida do homem foi dividida em quatro estágios diferentes, que servem à compreensão, à adoração e aos deveres da casta. Essa divisão é relevante sobretudo para os brâmanes do sexo masculino. Os homens da classe dos guerreiros e dos agricultores também podem segui-la, em maior ou menor grau. Entretanto, "os quatro estágios da vida" representam um ideal, que nem todos praticam.

Em seu oitavo ano de vida o menino brâmane realiza um rito de passagem, no qual recebe o "fio sagrado", simbolizando que ele "nasceu pela segunda vez". O menino agora se torna um discípulo e é entregue a um mestre (guru), com quem estuda os textos sagrados (primeiro estágio).

Quando o jovem completa seu primeiro estágio de vida como discípulo, ele se torna um pai de família (segundo estágio). Casa-se, tem filhos, cumpre os deveres de casta e as obrigações sacrificiais, e desfruta dos prazeres da vida. Essa fase dura até que seus netos comecem a crescer.

O homem entra no estágio contemplativo da vida (terceiro estágio). Sozinho, ou em companhia de sua esposa, ele se retira para um local tranqüilo. Antigamente, muitas vezes ele ia para a floresta; hoje, em geral ele se dirige a um monastério ou um centro religioso (ashram).

Alguns prosseguem até o quarto estágio da vida e se tornam santos andarilhos. Nessa fase, o homem idoso fica perambulando, sem ter posses nem moradia fixa. Sobrevive com o pouco que recebe de esmola e passa o tempo inteiro em busca do autoconhecimento. Todos os deveres de casta e os laços externos foram rompidos, e o divino faz dele a sua morada.

O lugar das mulheres


A Índia também é um continente de grandes contrastes no que se refere ao papel da mulher e ao modo como ela é considerada, tanto espiritual como socialmente. O Livro dos Vedas afirma que o homem e a mulher são iguais "como as duas rodas de uma carroça". Entretanto, a aceitação prática dessa ideia tem sido bem mais difícil. Um livro indiano de normas, com 2 mil anos de idade, tem o seguinte a dizer sobre o papel da mulher: "Assim como o estudo e o serviço doméstico na casa de seu mestre são para o menino, assim deve ser para a menina viver com seu marido; ela deve ajudá-lo em seus deveres e ser ensinada por ele. Cuidar do fogo sagrado, como seu esposo lhe ensina, é comparável ao serviço do menino junto ao fogo sacrificial de seu mestre".

As mulheres na Índia são freqüentemente encaradas como "propriedade" do marido. Uma mulher solteira em geral tem um status baixo, e uma mulher casada sem filhos pode se encontrar numa situação bem precária. Por outro lado, a Índia foi um dos primeiros países a ter uma mulher como primeiro-ministro (Indira Gandhi). Muitas mulheres desfrutam de notável influência pública, e em nenhum outro país do Terceiro Mundo há tantas mulheres trabalhando fora de casa. Nesse contexto, ser membro de uma casta pode constituir um fator decisivo na situação feminina. O culto das numerosas deusas mulheres também pode contribuir para elevar a consciência das mulheres.

REFERÊNCIA:

GAARDER, Jonstein; NOTAKER, Henry; HELLERN, Victor. O livro das Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. págs.: 40-51.

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